Investindo na vida 2024: mineiras escolhem cursos de Saúde, baseadas em vivências familiares
No ano passado, o Conselho Nacional do Brasil lançou o Programa Investindo na Vida, que com o objetivo de custear o ensino superior ou técnico de cinco assistidos de Conferências do Brasil. O edital para 2024 foram abertos e cinco pessoas já foram selecionadas. Serão cinco contemplados e hoje você conhece a história de duas mineiras, que escolheram seus cursos baseadas nas vivências de família.
Janaína Simplício de Andrade é de Poços de Caldas/MG tem 37 anos e hoje se encontra desempregada e passou a ser assistida pela Conferência São João Batista, há cerca de dois anos, após se separar do marido e mudar para a um cômodo na garagem da casa da mãe com os filhos Samantha, de 13 anos, Bernardo de 11 anos, e Jhonas, de 6 anos. Ela, que já havia sido cuidadora de idosos e faxineira, largou o emprego depois da separação para cuidar do filho mais novo, que tem problemas no coração e demanda sua atenção. Hoje, não mora mais na casa da mãe e sim com o companheiro Luis, o filho dele, Yago, de 11 anos, e seus três filhos. A nova família segue sendo assistida pela Conferência. E foi numa das visitas semanais que ela ficou sabendo do Programa Investindo na Vida. “Tem um casal de vicentino que me acompanha desde que eu morava na garagem da minha mãe e eles me perguntaram se eu não queria me profissionalizar, se eu não tinha esse sonho. Nem acreditei, mas contei para eles um desejo meu antigo”, lembra a mineira.
O desejo de Janaína era cursar a faculdade de fisioterapia. “Tinha esse sonho desde os 17 anos, quando eu cuidava da minha sobrinha que nasceu com algumas deficiências. Eu acompanhava ela nas sessões de fisioterapia e foi quando eu me apaixonei pela profissão. Anos depois, meu filho nasceu também com problemas e me fez ter mais certeza ainda de que eu queria seguir esse caminho”, conta emocionada.
Ela lembra que não teve condições de terminar os estudos, pois se casou cedo, logo vieram os filhos e o antigo companheiro também não a incentivava. “Quando me separei e o Luís chegou na minha vida, ele me incentivou. Terminei o Ensino Médio, tentei o Enem, tive a nota para entrar na faculdade, mas não tinha condições de pagar. Daí veio essa oportunidade com os vicentinos, nem acreditei”, diz.
Hoje, Janaína já cursa a faculdade de Fisioterapia na PUC Minas e se encanta cada dia mais. “Já tive aula de anatomia, é tudo muito melhor do eu imaginava. É surreal me ver lá dentro. São nove semestres de curso, que eu jamais poderia pagar. Sou muito grata aos vicentinos. Quando me formar quero me especializar e trabalhar no CTI com bebês e crianças”, revela Janaína.
Outra mineira selecionada no Investindo na Vida também escolheu a área da Saúde para se profissionalizar: Edna da Penha Fialho, da cidade de Ibirité/MG, tem 39 anos e começa no mês que vem o curso técnico de Enfermagem.
Há cerca de oito anos, ela e o marido Zildo estavam desempregados. Se viram numa situação difícil para se manter e criar os filhos Paulo Cesar, hoje com 20 anos, Jennifer, com 15, João Vitor, com 11 anos, e Beatriz, de 6 anos, que na época não era nascida. Foi então que uma vizinha lhes apresentou os vicentinos da Conferência Nossa Senhora de Fátima e a família se tornou assistida.
Como tantas mulheres, Edna não havia conseguido se concluir os estudos e voltou a estudar já adulta. “No ano passado, enquanto eu fazia a EJA (Educação de Jovens e Adultos), em uma das visitas os vicentinos me contaram do Programa. Quando eu terminei os estudos, eles me perguntaram se eu não tinha vontade de seguir. E eu contei que queria ser técnica em enfermagem”, lembra.
A escolha de Edna também se deu por uma história familiar. Seu filho mais velho, Paulo César, nasceu com epilepsia, autismo e arritmia cardíaca, e o do meio João Vitor, também tem autismo, então, as visitas aos hospitais não eram raras. “Eu passava muito tempo nos hospitais. Cheguei a ficar seis meses com o Paulo internado. Ver o trabalho das enfermeiras, o carinho que cuidam dos pacientes, a importância delas, me despertou a vontade de seguir a profissão. Admiro muito esse trabalho, é preciso muito amor para dedicar a sua vida cuidando do próximo e salvando vidas”, explica.
Assim como Janaína, esse sonho de Edna jamais poderia se realizar se não fosse pelo Investindo na Vida. “Trabalho como auxiliar de cozinha e não teria condições de pagar o curso de mais de dois anos. Estou muito ansiosa para começar os estudos e muito feliz. Já me vejo uma profissional, atuando em minha área, somando com o curso de cuidadora de idosos que já tenho, sei que vou longe. O meu maior desejo é ajudar o próximo e vou conseguir, com a ajuda dos vicentinos”, finaliza.