SÃO VICENTE DE PAULO: FONTE DE INSPIRAÇÃO
“O amor efetivo é o exercício das obras de caridade, o serviço aos pobres assumido com alegria, coragem, constância e amor” (São Vicente de Paulo) (1).
São Vicente de Paulo: fonte de inspiração…
Sim! São Vicente de Paulo é fonte de inspiração!
Porém, o título desta reflexão termina com “reticências (…)”, que é um sinal de pontuação que indica a interrupção – “momentânea” – de uma ideia, proposição ou pensamento para ser concluído posteriormente. Portanto, o tema da presente meditação visa redescobrirmos “depois das reticências” por quais razões o “Pai dos Pobres” é fonte de inspiração.
Entretanto, antes de prosseguirmos com esta reflexão, convém recordar que a palavra “inspiração” significa o mesmo que: impulso; influência; iluminação; centelha; estímulo (2). Assim, constatamos a multiplicidade e riqueza dos conceitos do termo “inspiração”, a tal ponto, que podemos acreditar – firmemente – que São Vicente de Paulo é na verdade, fonte inesgotável de inspiração… Então:
— São Vicente de Paulo é impulso: que incentiva todos nós para caminharmos na direção de ações do bem, de modo especial, pelo próximo que sofre. E assim, ensina: “Ajamos com todo cuidado ao oferecer nossas ações a Deus, sobretudo as mais importantes; agindo desta maneira tudo o que fizermos será de seu agrado”(3).
— São Vicente de Paulo é influência: benéfica e generosa em nossas vidas, que impele todos nós para a conversão, no intuito de sermos autênticos e eficazes colaboradores na promoção de quem vive no estado de penúria. Por isso, aconselha: “Quem por amor se converte a Nosso Senhor, cheio de amor dirige-se ao homem, para tirá-lo de sua miséria espiritual e material” (4).
— São Vicente de Paulo é iluminação: sempre presente para mostrar tudo o que devemos fazer, quando tivermos a intenção de realizar boas obras em benefício dos empobrecidos e pressentirmos qualquer tipo de insegurança. Daí, orientar: “Deus nos ilumina e nos dá força para podermos realizar nossa missão” (5). E também: “Quando formos fazer alguma boa obra, perguntemos ao Filho de Deus: “Senhor, se estivésseis em meu lugar, como agirias nesta ocasião?” (6).
— São Vicente de Paulo é centelha: que como faísca “incendeia” nossa mente para entendermos a importância da “vida de oração”, pois é indispensável mantermos intensa e constante comunicação com Deus, tendo em vista, fortalecer nossa vocação no propósito de melhor servirmos os mais necessitados. Por esse motivo, recomenda: “Nada existe mais parecido com o Evangelho que armazenar de um lado luzes e forças para a própria alma na oração, na leitura e na solidão e ir, em seguida, fazer com que as pessoas participem deste alimento espiritual. Isto é fazer como Nosso Senhor fez” (7).
— São Vicente de Paulo é estímulo: que provoca em quem está com o “coração aberto” um genuíno sentimento de “incitação” norteado para o grande projeto de Deus designado a todos nós, ou seja, a “evangelização dos Pobres”. Donde, explica: “Não seria bastante para Deus e para o próximo, dar o alimento e os remédios aos Pobres se a isto não se acrescentasse, segundo o desígnio de Deus, o serviço espiritual, que lhes devemos. Se servirdes os Pobres desta maneira sereis verdadeiras filhas – e verdadeiros filhos – de Deus e imitareis Jesus Cristo, porquanto, de que modo Jesus Cristo servia os Pobres? Servia-os material e espiritualmente” (8).
Desse modo, isto é, refletindo sobre cada um dos múltiplos significados da palavra “inspiração”, quais sejam, impulso; influência; iluminação; centelha; e estímulo, comprovamos – graças a ação do Espírito Santo em nós – que inegavelmente São Vicente de Paulo é fonte de inspiração…, pois como fidedigno manancial, jorra de forma contínua em nossas vidas, evidenciando que a vocação vicentina é rota certeira na caminhada da santidade. Basta, no entanto: “Termos a obrigação de nos incomodar, para auxiliar os pobres” (9).
Que Nossa Senhora, nesta festividade de São Vicente de Paulo, renove as forças da nossa vocação vicentina para servirmos os Pobres de maneira exemplar e edificante!
“Tenhamos por máxima indubitável que à proporção que trabalharmos na perfeição de nosso interior nós nos tornamos mais capazes de produzir frutos para o próximo” (10).
Colaboração: Confrade João Marcos Andrietta.
Referências:
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, IX, 595.
- Cfr. Dicionário “Aurélio”.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, XII, 132.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, IX, 591.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, VIII, 33.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, 351.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, XI, 41.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, IX, 59 (dirigida às Filhas da Caridade).
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, VIII, 37.
- Cfr. S.V.P.; Pierre Coste, XI, 29.
S.V.P. = São Vicente de Paulo.
Nota Importante: todas as frases de S.V.P. citadas neste texto, fazem parte da coletânea elaborada pelo Pe. Mizáel Donizetti Puggioli (CM).
Fonte: SSVPBRASIL