Movimento Gentileza leva vida e cor aos lares de idosos da SSVP
Tinta, spray, pincel, olhar e muita generosidade. Tudo isso e um pouco mais foram necessários, ontem (01/08) quando três artistas de renome em Belo Horizonte estiveram no Lar de Idosos Chichico Azevedo, no bairro Ipiranga-Cidade Ozanam. Ofereceram seus trabalhos voluntariamente para alegrarem o ambiente e a vida dos idosos residentes no lar. A oportunidade surgiu através do Movimento Gentileza, que só existe graças à iniciativa de Ana Laender, Primeira-dama de Belo Horizonte.
Segundo ela, “a ideia de trazer esta arte para os 28 lares de idosos filantrópicos de Belo Horizonte, surgiu no ano passado, no meio ao ano. Começamos com visitas nesses lares e fizemos vários diagnósticos com relação ao mobiliário, as necessidades de cada lar, porque cada um tem sua peculiaridade e iniciamos um trabalho com os mobiliários; tanto de reforma de sofás e armários, quanto de aquisição. Com isso, fui atrás de uma madrinha e que assumiu esses custos. É muito importante dizer que essas ações que estamos fazendo nos lares, não tem nenhuma ligação com a prefeitura. Não tenho verba pública; não sai nada da Prefeitura de Belo Horizonte. É todo um trabalho voluntário onde eu busco madrinhas, pessoas que queiram ajudar e assumam essas ações. A primeira foi do mobiliário que fizemos para os 28 lares e a segunda está sendo essa que é trazer a arte de rua, o muralismo para esses lares, porque muitas pessoas não tem a possibilidade de viver isso na rua, de experimentar, de assistir, de vivenciar. Então a gente traz essa cor, essa arte para dentro dos lares, para dar mais alegria e movimento. Os idosos participam desta ação, eles fazem oficinas com estêncil, com spray, então eles fazem parte também. Não é apenas vir aqui, pintar e ir embora. Passamos o dia inteiro interagindo com eles.”
Para que o projeto aconteça, Ana busca madrinhas para custear os gastos necessários. O Chichico de Azevedo, teve a honra de ser amadrinhado por Enir Rocha Maia Gresta. Em uma entrevista para o CMBH, contou como conheceu o projeto e porque resolveu fazer parte do Gentileza. “Eu já conhecia a Ana e um dia ela me falou que estava ajudando esses asilos. Aí ela falou que está levando um pouco de cor para eles e eu falei que gostaria de ajudar. Então entrei com a importância que tinha que ajudar e com as coisas que ela falou que precisava. Ela me falou que estava levando alguns artistas, eu comentei que conhecia o Rogério Fernandes e que iria levar ele lá. Aí eu consegui trazer ele aqui e estou na maior alegria!”.
O grafite é uma forma de manifestação artística e geralmente é feito em locais públicos. Os painéis buscam expressar uma realidade em que a sociedade vive e na maioria das vezes, os artistas usam e abusam das cores, o que ajuda a alegrar o ambiente. Rogério Fernandes, Fernando Perdigão e Rodrigo Scalabrini Kaos foram as atrações do dia. Todos os olhares se voltaram para as obras de arte que estavam surgindo nas paredes internas do lar de idosos. O presidente do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte também esteve presente para receber e prestigiar toda a equipe responsável pelo projeto.
O artista Fernando Perdigão já participou de várias ações deste projeto, exibindo suas obras nos lares São José, Nossa Senhora da Saúde e agora no Chichico de Azevedo. Também participou do Mural Liberdade e Uma Pintura, ambos na Praça da Liberdade. Ele afirma que o trabalho realizado no projeto Uma Pintura, será leiloado no final deste ano e que a verba arrecadada com esta tela, será revertida para o próprio movimento. E ainda afirma “Aqui ainda estou fugindo um pouco da proposta dos outros lares, pois, no Lar São José pintei o São José, no Nossa Senhora da Saúde pintei a Nossa Senhora da Saúde e aqui vou fazer a Nossa Senhora Aparecida, mas também algo que lembre São Vicente de Paulo; talvez uma igreja”.
O dia foi de muita alegria para todos residentes e colaboradores do lar e do projeto. Os idosos ficaram muito surpresos com a iniciativa e se encantaram com as obras realizadas. Em específico, a dona Penha, moradora do lar que recebeu uma homenagem muito especial do artista Rogério Fernandes. Ao contar uma lembrança de sua infância onde sua mãe criava galos e tinha um deles como bicho de estimação, o artista grafitou um galo em uma das paredes para homenagear a idosa; atitude muito admirada por todos.
O Conselho Metropolitano de Belo Horizonte é muito grato pela existência do Projeto Gentileza, que trará muita alegria e muito mais cor às vidas dos idosos residentes nos lares. Um muito obrigada a toda equipe do projeto, que desde o início teve muito cuidado com cada detalhe, à madrinha do Chichico, senhora Enir, e à Ana Laender, que teve a iniciativa de fazer com que este projeto acontecesse.