Programa Mulheres Mil, recebe prêmio nacional de inovação social
O Programa Mulheres Mil, do Governo de Minas Gerais, recebeu um prêmio nacional de inovação social. Seu objetivo é oferecer educação profissional e tecnológica e aulas de cidadania à mulheres que moram em conglomerados e ocupações urbanas, mulheres que cumprem pena em penitenciárias do estado, possuem baixa escolaridade, são chefes de famílias e muitas delas, foram vítimas de algum tipo de violência.
Elas tem entre 16 e 60 anos e procuram melhorar a renda familiar e viver com mais dignidade. O Programa foi apresentado nesta quinta-feira (22), em São Paulo, durante um evento que reúne em um único espaço, palestras, fóruns de discussão, rodadas de negócios e intercâmbio de diversos países, dos setores público e privado, que buscam soluções para problemas sociais e tentam construir pontes de colaboração para um mundo mais justo e sustentável ( III Connected Smart Cities). A apresentação foi feita pela especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Ana Carolina Corrêa.
O Programa Mulheres Mil, oferece muito mais que qualificação nas áreas de alimentação, artesanato e administração, porque integra geração de renda e política para mulheres vulneráveis. Até hoje, 600 mulheres já passaram pela qualificação e afirmam que tiveram uma grande mudança depois das aulas.
“Conhecia quase nada sobre isso, aprendi muitas coisas bacanas agora, como direitos e deveres, direito de ir e vir da mulher, saúde da mulher, violência que as mulheres sofrem”, conta Ruth Pereira, moradora da Granja de Freitas, em Belo Horizonte, matriculada no curso de auxiliar de cozinha.
Para a aluna do curso de Modelagem Maria do Carmo Rodrigues, moradora da Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, as mudanças já começaram. Além da perspectiva de oportunidades de complementação de renda, os novos conhecimentos representaram conquista de autoestima e nova postura diante de relacionamentos abusivos e situações de violência.
“Eu, pelo menos, só vim saber de alguns direitos que eu tinha, agora, com 59 anos, através desses cursos. Então eu aprendi demais, que o meu “não” tem muito valor, que a minha palavra tem que ter valor. Aprendi muito sobre a saúde da mulher, o direito da mulher, a violência contra a mulher, inclusive a violência psicológica, que tá matando mulher demais. Matando sem hematoma, sem cicatriz”, denuncia Maria do Carmo, acrescentando que agora sabe onde procurar ajuda.
Matéria retirada do site da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social.