Primeira Coleta de Ozanam foi realizada em 1965
A semana que inclui o dia 9 de setembro (Festa Litúrgica de Imaculada Conceição) e os dias seguintes são destinados à Coleta de Ozanam. Esta é uma doação pessoal feita pelos vicentinos, cujo montante é destinado ao Conselho Geral Internacional (CGI). O dinheiro contribui na manutenção dos trabalhos do CGI, como também em auxílio às pessoas vítimas de catástrofes em outros países.
De acordo com o confrade Helio Pinheiro da Cunha, membro do Conselho de Ética da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), a doação foi iniciada em 1965. Na época, o dinheiro arrecadado servia para pagar despesas de remessa da revista Boletim Brasileiro.
Um pouco de história
Acontecia no Rio de Janeiro no distante ano de 1965, o I Encontro Nacional Vicentino. Presidia o então Conselho Superior do Brasil o saudoso e sempre lembrado confrade Roberto Cortines. Num dos intervalos dos trabalhos, ele convidou um grupo de participantes a conhecer as instalações do Conselho. Numa das salas, pacotes empilhados despertaram a atenção dos visitantes, e outro vicentino de grata memória entre nós, o grande Paulo Sawaia, da cidade de São Paulo, exemplo de vicentinismo, indagou ao presidente o porquê daqueles embrulhos.
O confrade Roberto Cortines, dentro da humildade que o caracterizava, respondeu:
— São exemplares do Boletim Brasileiro. Não temos recursos para colocá-los nos Correios.
Aquela resposta, simples e objetiva, levou o confrade Paulo Sawaia a propor ao Plenário a criação da Coleta Especial de Frederico Ozanam, a ser realizada uma vez por ano, em benefício do Conselho Superior, hoje Nacional, objetivando proporcionar-lhe condições de não só imprimir e remeter os Boletins, como, também, ajudar financeiramente as Unidades Vicentinas mais carentes deste imenso Brasil, sendo a sugestão aprovada por unanimidade.
Nosso propósito, contando este fato verídico, é para lembrar que na semana que inclui o dia 9 de setembro, data da Comemoração Litúrgica do bem-aventurado Frederico Ozanam devemos fazer esta Coleta prevista no parágrafo 4º do artigo 22 e ainda 69, do Regulamento.
Muitos vicentinos, no entanto, confundem a palavra “Especial” considerando-a como “Extraordinária”.
Extraordinária é quando se fazem duas coletas. A primeira, a melhor, a coleta gorda, destina-se à Unidade Vicentina. O resultado da segunda coleta durante a reunião, uma espécie de sobra, sem motivação e importância como a primeira, é dedicada à figura de nosso fundador, confrade Antonio Frederico Ozanam. É como se a gente dissesse – o restante é para ele.
Pelo contrário, quando se entende que a coleta é “Especial”, como consta na Regra, a coisa muda de figura. Esta palavra significa ser de melhor qualidade, resultante de uma verdadeira partilha. E é este o sentido, até porque não encontramos em nenhum artigo do dispositivo regulamentar a possibilidade de se realizar mais de uma coleta durante uma reunião vicentina.
E para que esta coleta “Especial” se realize dentro de um verdadeiro espírito de partilha, já no mês de agosto, bem antes de sua realização, é louvável explicar aos confrades, consócias e principalmente aos aspirantes ou candidatos o verdadeiro sentido desta coleta “Especial – da melhor qualidade”, orientando-os a fazerem algum sacrifício, para uma participação mais caritativa.
Um doce ou um refrigerante a menos, a abstenção de um filme no cinema, uma pequena caminhada no lugar da viagem de ônibus são pequenos sacrifícios para um resultado mais eficaz de uma coleta altamente meritórios perante Deus.
A Coleta hoje mudou sua destinação, sendo encaminhada para o Conselho Geral Internacional, mas o objetivo é o mesmo.
Confrade Helio Pinheiro – membro do Conselho Fiscal do CNB
Fonte: SSVP Brasil
Sejamos generosos…