Paternidade, dom de Deus.
Tudo o que o homem é, todos seus dons, talentos e habilidades, todo seu conhecimento e técnica adquirida e tudo o que desenvolve durante sua vida só encontra plena realização se canalizar tudo para o exercício de sua paternidade.
“…Assim, também se revela, profundamente, o mistério da masculinidade do homem, isto é, o significado gerador e ‘paterno’ do seu corpo” (São João Paulo II, Teologia do Corpo, catequese nº 120).
Frei Raniero Cantalamessa, pregador oficial do Vaticano, dá-nos uma maior compreensão de paternidade ao nos dizer que, neste mundo, o que mais se aproxima do amor de Deus é o amor humano de pai e mãe. Quanto à figura paterna, ele explicita: “O amor paterno é feito de estímulo e solicitude; o pai quer o filho crescido e levado à plena maturidade”.
Geralmente, presenciamos o pai colocando o filho num lugar alto, como o galho de uma árvore, e encorajando-o a pular em seus braços. Será mais fácil também ver o pai ensinando um filho a andar de bicicleta ou, pelo menos, será o primeiro a desafiá-lo a se equilibrar sem as rodinhas de apoio. O mundo, no entanto, está carente de paternidade. Vemos muitos pais ausentes; uns por não assumirem a paternidade; outros, a grande maioria, subtraídos dos lares pelo trabalho. Os grandes problemas da juventude com drogas, sexualidade desregrada, insegurança e medo de enfrentar a vida, está associada a visão negativa do ser masculino, desde dentro de casa.
Jovens que, muitas vezes, têm roupas de grifes, equipamentos de última geração, mas estão sem referência da vida, por falta de palavras de carinho, exemplos e presença paterna, e então buscam refúgio em substâncias e afetos que mascaram o vazio que se instala em seus corações. Pai, seu filho necessita muito mais de seus ensinamentos de vida, transmitidos por meio de brincadeiras e ocasiões em que puderem estar juntos, do que coisas que seu dinheiro possa lhes comprar.
A figura paterna tem uma representação muito importante na formação de um indivíduo. Ele exerce a função de mediar as experiências do filho com o mundo, dando a ele a oportunidade de conviver com modelos comportamentais que poderão servir de exemplo para que interaja com o ambiente de forma respeitosa, ajustada, equilibrada e amorosa.
Inicialmente, o pai se destaca no papel de companheiro da mãe. É com a ajuda dele que o bebê aprenderá a se diferenciar da mãe, alcançando a tão esperada autonomia psíquica e psicológica. Permanecer fiel à sua função tem se tornado muito desafiador para a figura paterna, pois o homem não se torna pai porque vai ter um filho, essa formação está ligada à concepção na qual foi criado. Para tanto, faz-se necessário bons modelos, não só em sua própria casa, mas também nos meios de comunicação que hoje ocupam um bom tempo da rotina dos filhos.
Os programas de televisão têm apresentado um modelo de pai como um sujeito incapaz de assumir essa função na relação educativa, de planejar o seu tempo com os adolescentes e mais, de enfrentar, com sabedoria e responsabilidade, o papel de autoridade frente às exigências necessárias para a vida em família e, consequentemente, em sociedade. Nessa função, incluímos a repreensão e a disciplina, o diálogo e a expressão dos sentimentos por meio da comunicação e da demonstração deles.
É preciso não se deixar seduzir com as alternativas terceirizadas de criar os filhos. O pai deveria continuar sendo aquele que diz e mantém o ‘não’. É aquele que introduz a negatividade na vida de um infante e declara a proibição, o limite do possível”. Entenda a negatividade como oportunidade de ensinar ao filho a não conduzir a sua vida apenas pelos desejos oriundos da mídia, dos modismos ou das suas próprias carências. Mas, acima de tudo, por suas necessidades reais. Que os pais compreendam a importância de educar em estatura, sabedoria e graça, assim como aconteceu na vida de Jesus.
Fui mais que abençoado, filho por ter tudo acontecido em meus braços
Música: Coisas de Pai – Cantor: Maninho
Para todos os pais…. “Feliz Dia dos Pai”