Ozanam, pai excepcional
Tenho a alegria de poder escrever sobre o DIA DOS PAIS, comemorado no Brasil no segundo domingo de maio. Mas falaremos do DIA DOS PAIS com base na figura paterna de ANTÔNIO-FREDERICO OZANAM, um dos sete fundadores da Sociedade de São Vicente de Paulo. Também poderíamos aqui falar da paternidade dos demais fundadores. Todos foram pais também, com exceção de Clavé. Mas vamos focar em Ozanam.
Antônio-Frederico Ozanam foi um PAI EXEMPLAR, primeiramente porque recebeu do pai dele, João Francisco Ozanam, os valores, os exemplos e os fundamentos de uma vida plena em família, com base na honestidade, na educação e na religião. Tudo isso ele herdou do pai, e obviamente da mãe e dos irmãos, mas a figura paterna lhe foi muito cara, muito presente. A morte do pai foi algo marcante na vida dele. Nas cartas, ele retrata esse momento com muita dor e tristeza.
Quando Ozanam se casou com Amélia, ele começou a pensar na sua própria paternidade. O casal tentou algumas vezes. Em duas ocasiões, Amélia ficou grávida, mas perdeu as crianças. Foram abortos naturais. Que dor imensa invadiu o coração de Amélia e de Ozanam, vocês podem imaginar! Como Ozanam sofreu nos primeiros anos de matrimônio ao ver a esposa perder dois bebês!
Ozanam foi um supercompanheiro de Amélia, dando-lhe apoio incondicional em todas essas adversidades e momentos difíceis, como a perda do pai e do irmão Teófilo, por exemplo. Ozanam foi modelo de marido, amoroso com a esposa! O casal recebeu as forças divinas e conseguiu uma terceira gravidez, e com o nascimento de MARIA JOSEFINA, Ozanam se tornou pai, em 1845, aos 32 anos de idade.
Como ele faleceu aos 40 anos, pôde desfrutar do convívio de MARIA JOSEFINA por apenas 8 anos. Sua saúde fragilizada ia se deteriorando a cada ano, ele lamentava isso sempre, basta ler as cartas que ele escrevia aos parentes e amigos. Ele temia por morrer ainda tão jovem e não ver a filha crescer.
Ozanam foi um superpai para Maria Josefina. No testamento dele (sugiro que todos possam lê-lo), Ozanam mostra-se muito preocupado com a filha e a esposa, refletindo sobre quais bens estaria ele deixando para a família. Não havia bens materiais, mas virtudes, exemplos, gestos, posturas, presença. Esse é o maior presente de um pai: sua presença.
O testamento dele assim diz: “À minha filha, lanço a bênção dos patriarcas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É bem triste, para mim, não poder consagrar-me por mais tempo à obra de sua educação. Confio-a, porém, sem amargor, à sua virtuosa e tão querida mãe”.
Como pai, Ozanam era exemplo total, como repetimos na oração de canonização dele: “Em família, ele se revelou filho, irmão, esposo e pai excepcional. Em todos os aspectos de sua breve existência, emerge sua visão profética da sociedade, tanto quanto a influência de suas virtudes”. Que oração realmente linda e inspiradora, para todos nós, pais deste século!
Eu sou pai, tive a graça de ser presenteado por Deus com dois lindos e amados filhos, Gustavo de 20 anos e Bianca de 16 anos. Sou um abençoado por Deus! E quero aqui partilhar com todos os pais do mundo a felicidade de ser pai. Se formos 10% do OZANAM PAI, seremos vitoriosos. Aos confrades eu digo: “peçamos a Deus para sermos, de verdade, espelho de Ozanam. Juntamente com São José, são os nossos modelos humanos de paternidade.“
Peço a Deus também que abençoe os pais de atualidade, pois vivemos fortes ataques à família e ao papel dos pais na vida das crianças. A flexibilidade dos formatos de família, defendida amplamente na mídia por meio da publicidade agressiva e pelos ideólogos anticristãos, é algo grave que deve ser combatido.
A paternidade é um DOM DE DEUS. Nunca estamos preparados para a nobre missão de sermos pais. É uma caminhada diária. Estamos sempre nadando contra a correnteza. Não é fácil de ser PAI nos dias de hoje. A figura paterna tem uma representação muito importante na formação dos filhos, e precisa ser valorizada!
Aproveito para também parabenizar todas as mamães que, juntamente com os papais, têm a difícil tarefa de defender a vida, valorizar a família, educar os filhos, ensinar os valores cristãos e construir uma sociedade mais fraterna e justa. Tarefa difícil em tempos de contravalores e do “politicamente correto”, que nos impede de sermos verdadeiros e francos.
Que Deus nos ilumine para errar menos na educação dos nossos filhos, para sermos mais amorosos com nossas esposas (como Ozanam era romântico, ao presentar Amélia com um ramo de flores em todo o dia 23, dia do casamento deles, em 23 de junho de 1841).
Ó bem-aventurado Antônio-Frederico Ozanam, exemplo virtuoso de pai, de filho e de marido, rogai por nós e nos ajude a seremos pais melhores, a cada dia, na nossa caminhada nesta Terra.
Confrade Renato Lima de Oliveira
16º Presidente-geral