O patrono da juventude vicentina e a busca dele pela santidade
Neste Dia Internacional do Jovem Vicentino, vamos contar um pouco da história de vida e busca pela santidade de nosso patrono, beato confrade Pier Giorgio Frassati.
Frassati nasceu em 06 de abril de 1901, na cidade de Turin, no seio de uma família com muitos bens materiais e com personalidades fortes. Filho de Alfredo Frassati, figura política e dono de um jornal muito influente até hoje, e de Adelaide Ametis, artista plástica muito conhecida em várias exposições.
Foi no seu lar onde mais colocou em prática a virtude da Mansidão, honrando seus pais e ao mesmo tempo defendendo os princípios cristãos, chegando a posicionar-se politicamente em um partido contrário ao pai, na defesa da fé católica.
Nos momentos em família, rigorosamente cronometrados, o silêncio imperava no ambiente ríspido. Percebia que ele e sua irmã, Luciana Frassati, sustentavam aquele casamento fragilizado. Ao ponto de renunciar sua grande paixão, Laura, pois sua saída de casa poderia resultar na separação dos pais.
Insistentemente, até a sua morte, dedicou muitas orações à conversão dos pais, o que só começou a revelar sinais mais tarde, nas missas dominicais do pai. Um jovem muito modesto, buscava em Deus o sustento diariamente:
“Você me pergunta se eu sou feliz. Como não poderia ser, enquanto minha fé me der força…pois o sofrimento é algo bem diferente da tristeza, que é a pior doença de todas. É quase sempre causada pela falta de fé”. (Carta à irmã Luciana)
Mesmo com toda adversidade, Frassati foi instruído na fé católica, inicialmente por meio da sua avó, uma das suas poucas companhias. Aos 10 anos, recebeu a primeira eucaristia, seus pais, apesar de apoiarem, perceberam grandes mudanças no comportamento do filho, principalmente por seus longos momento de oração e por seu Zelo Apostólico.
Chegaram a ir tratar com o Padre que claramente mostrou-lhes que era a vontade de Deus, apesar disso, sua mãe chegou a proibi-lo de certos momentos como as adorações noturnas, que Frassati tanto gostava. Passados certo tempo, o beato sentia grande vontade de comungar todos os dias, foi motivo de grande comemoração quando a sua mãe consentiu esse desejo, para isso, jejuava por 12h.
“Jesus visita-me todas as manhãs na comunhão e eu retribuo do mísero modo que posso, visitando os pobres”
Mais tarde ingressou em uma Conferência Vicentina, onde intensificava a prática da Humildade. Era um verdadeiro exemplo de confrade na visita aos Pobres, com sua alegria em reconhecer Cristo em tudo, contagiava as famílias, sabia escutar, dar atenção e, acima de tudo, levava o amor de Deus aos lares.
Frassati era capaz de levar famílias inteiras para a fila da Eucaristia, com sua personalidade firme, tinha rotina intensa, missa diária, leitura bíblica, estudos, adoração, Santo Rosário, almoço em família e visita aos necessitados. Quando ficava difícil, se necessitasse deixar de fazer algo, a visita seria o último caso.
Decidiu cursar Engenharia Mineral para “servir melhor a Cristo entre os mineiros”, era muito alegre no servir, trabalhava para mudar as estruturas, como proporcionar meio para as famílias se estruturassem.
Mesmo enquanto muitos dos seus amigos tiravam férias para viajar às praias, ele intensificava seu serviço aos mais necessitados em virtude dos que ficavam sem apoio. Fazendo tudo com muita alegria.
Depois de agonizar o sofrimento com a poliomielite, que provavelmente contraiu em uma visita, morreu no sábado, 4 de julho de 1925, dia especial da devoção à Virgem Maria, para quem costumava juntar flores e ofertar no Santuário de Nossa Senhora D’Oropa.
Percorria esse trajeto a pé ou de bicicleta, sua família apesar de ter muitos bens, era rígida e dava-lhe determinada quantia. Frassati, vendo necessidades maiores, vivia a Mortificação. Economizava o dinheiro do seu transporte para dar aos mais necessitados, além de se dedicar muito aos esportes e cuidar da saúde, dizia que ela devia ser colocada a serviço dos que não a têm.
Entregou sua vida aos mais necessitados, ainda nos últimos momentos de vida, com a mão atrofiada, escreveu pedindo para ajudar o Pobre que ele não podia visitar naquele dia. Sua família que o desprezava por não ter feitos reconhecíveis, não imaginava que Frassati passava tanto tempo servindo aos necessitados.
No momento do seu velório, que seria privado, surge uma grande multidão que era visitada por Frassati, grande espanto para a família, só não foi maior que a surpresa da multidão ficou ao descobrir que Frassati pertencia a uma família de alta classe, pois o beato vivia muito bem a virtude da Simplicidade.
Um dos milagres em investigação é a cura da jovem Jaciele Maria dos Santos, ocorrida em Barueri, no Cenáculo de Ouro da Renovação Carismática Católica, em setembro de 2019. Ela carregou a relíquia do Beato durante o momento de intensa oração.
Jaciele descobriu em 2018 que tinha um aneurisma cerebral. Sentindo muitas dores de cabeça durante o evento, ainda não sabia do resultado dos exames de alguns dias anteriores. No dia seguinte, descobriu que os exames tinham apontado uma grande hemorragia que necessitaria de cirurgia urgentemente. Foram refeitos os exames pré-cirúrgicos em que se descobriu que o cérebro da jovem estava totalmente restaurado, o que foi confirmado com vários novos exames.
Ainda que não houvesse a organização em Comissão de Jovens na época, não tenho dúvidas de que o confrade cumpriu o objetivo dele: buscar a santificação pessoal no serviço aos mais necessitados. Dizia que a vida deveria ser uma preparação contínua para a eternidade, pois não sabia o dia de sua morte. Assim, o Papa João Paulo II, ao beatificá-lo, apresenta-nos como um exemplo de santidade para a juventude ao buscar o extraordinário do ordinário.
Oração: Ó confrade Bem-Aventurado Pier Giorgio Frassati, que como Adorador Noturno fizeste de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia a meta do teu apaixonado amor e como confrade vicentino serviste ao Cristo presente nos pobres, fazei que sigamos o teu esplêndido exemplo cumprindo nossa missão como tu a cumpristes com amor, com alegria e dedicação. Por Cristo, Nosso Senhor.