O MENINO E O SANTO
Hoje trazemos uma história do confrade Helio Pinheiro da Cunha, de Governador Valadares/MG.
Se entregue a uma deliciosa leitura.
“No ano de 1943, minha família morava em Capela Nova das Dores, distrito da cidade de Carandaí. Com a emancipação política, retiraram o último nome. Pena, pois lembrava o nome da padroeira.
Em novembro de 2006, pude estar lá mais uma vez, para comemorar o Centenário da Conferência de Nossa Senhora das Dores, em uma festa de muita piedade, recordações e alegria.
Por ser capela-novense concederam-me a palavra durante a reunião festiva para a lavratura da Ata Centenária.
Rememorei minha entrada na Sociedade de São Vicente de Paulo, na cidade de Barbacena, também, Minas Gerais, em obediência a uma determinação de papai. Sim, foi uma ordem cumprida sem contestações.
Anos depois, mamãe contaria para mim um fato acontecido comigo aos três anos de idade.
Sentira minha falta em casa. Procura em um vizinho, procura no armazém de papai. Dá uma volta pela praça e nada.
A preocupação só fazia aumentar pelo perigo existente nos inúmeros poços e fossas sanitárias, onde uma criança poderia cair e até desaparecer.
Já em desespero, mamãe dirige-se para a igreja e ajoelha-se diante do Santíssimo Sacramento em preces e súplicas.
Eis que vem da capela lateral a minha voz.
Lá está o menino, de camisola, puxando a toalha do altar, onde estava a imagem de São Vicente de Paulo.
E ele falava:
“Dá o nenê, Tente, dá o nenê, Tente”.
O Vicente para ele era o “Tente/’. Minha mãe sempre mostrava a imagem para os filhos, explicando quem era.
Ajoelhou-se novamente e entregou-me para São Vicente de Paulo.
Na atualidade, tenho muito a pedir ao meu protetor: Que alcance de Deus a volta daquele coração puro de criança, pois já fui melhor vicentino.”