“Formando Vidas” inspira a construção social de crianças em Engenho Beltrão
É na infância que a criança desenvolve os seus principais valores que vão guia-la no futuro. Com isso em mente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) incentivou a criação do Dia Mundial da Infância, para conscientizar pais, responsáveis e governantes sobre a importância de garantir uma boa formação social, educacional e de valores para os pequenos. O dia é celebrado hoje, 21 de março, e é focado na reflexão das ações que podem formar os adultos do futuro.
Na Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), a infância é um dos pilares mais valorizados. A criação deles, sejam para a viver em sociedade como para atuar como vicentinos, ajudando o próximo, é algo bastante difundido, principalmente com as ações das Conferências de Crianças e Adolescentes (CCA’s) e dos Projetos Sociais.
Em Engenheiro Beltrão, interior do Paraná, o Projeto Formando Vidas exemplifica esse pilar. Localizado na região do conjunto Castelo Branco, ele atende todas as crianças daquela região, principalmente os jovens mais carentes, oferecendo aulas de violão, karatê, bateria, fanfarra, informática básica, futebol, capoeira e dança. “O projeto foi formado por um grupo de jovens com vontade de fazer algo pelas crianças mais humildes, trazer um pouco de cultura, religião e principalmente amor para elas”, conta a consócia Renata da Silva Pereira, da Conferência Discípulos de Frei Galvão e uma das coordenadoras do projeto.
Atualmente eles atendem 60 crianças, de trés conferências de CCA’s, moradoras da região do conjunto Castelo Branco e outras interessadas nas aulas. Antes da pandemia, o Projeto chegou a atender cerca de 150 jovens. “O nosso propósito é sempre estar ali, do lado das crianças, transmitindo muito amor, carinho, que muitas vezes é o que falta. Não só alimento, não só as aulas, mas também a atenção, um carinho, um abraço e uma conversa para saber como foi a semana. Então esse é o nosso propósito no Projeto”, detalha Renata.
O Formando Vidas foi um dos projetos premiados a dois anos atrás através dos Projetos Socais, segundo a coordenadora, mas devido à pandemia foi paralisado. “Algumas das aulas acontecem no meio da semana, conforme os professores podem. Eles são remunerados, então, ficamos preocupados em como pagar os professores quando o dinheiro do Projeto acabar. Mas é algo que a gente ama de paixão, não tem palavras para falar da alegria das crianças ao chegar lá, ver as carinhas delas, o abraço delas. A gente ama fazer isso!”, revela Renata.
Além das aulas durante a semana, o Projeto acontece aos sábados, mas a iniciativa carece de voluntários. “É complicado quem queira passar uma ou duas horas do seu dia nos ajudando no Projeto, outra grande carência e na parte de manter as contas e a compra dos lanches, entre outras necessidades”, revela a consócia.
Hoje, o grupo opera em formato reduzido, devido às barreiras que enfrenta, mas os voluntários e professores que participam do Projeto se dedicam a ele e as crianças atendidas, transformando a infância delas e os preparando para a vida.