[ENTREVISTA] Coordenador da juventude da Região 1 e Vice-Presidente Nacional da SSVP falam sobre o Encontro Nacional de Jovens
A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) no Brasil viveu no último final de semana (12 a 14 de julho) o Encontro Nacional de Jovens (ENJ), realizado em Recife. O encontro reuniu dezenas de lideranças vicentinas que coordenam a juventude no país.
O coordenador da juventude na Região 1, confrade Anderson Ferreira, e a vice-presidente nacional, consócia Elisabete Castro, concederam entrevista ao Conselho Metropolitano de Belo Horizonte e falaram sobre a realização do Encontro Nacional, sobre o 3º Fórum Nacional da Juventude 2020 e o Game 100% CJ. Confira:
O QUE É O ENJ? QUAL É SEU OBJETIVO?
Anderson Ferreira: É o Encontro Nacional da Juventude da SSVP e está na 31ª edição. Reúne os coordenadores das Comissões de Jovens dos Conselhos Metropolitanos do Brasil, além de algumas outras lideranças de jovens no Brasil que são convidadas pela Comissão Nacional de Jovens (CNJ) para compartilharem ideias. É oportunidade também para troca de ideias entre as Comissões de Jovens (CJ) para que muitas ideias possam ser replicadas em outras regiões do país.
POR QUE A CNJ ESCOLHEU O TEMA?
Anderson Ferreira: O tema “Não deixe para os outros o ser protagonista da mudança” está relacionado ao protagonismo juvenil. É uma frase do Papa Francisco direcionada aos jovens, falando sobre a necessidade de sermos protagonistas da mudança. Nós (CNJ) queremos passar para as coordenações de CJ a necessidade de não se esperar que as coisas aconteçam, mas assumam o protagonismo de nossa vida, da CJ, da SSVP e façamos as mudanças necessárias em nossos Conselhos Centrais, em prol do trabalho dos nossos Mestres e Senhores.
FORAM APRESENTADOS, DURANTE O ENCONTRO, DADOS SOBRE UNIDADES VICENTINAS QUE POSSUEM COMISSÃO DE JOVENS E OS RESULTADOS NÃO FORAM TÃO BONS, PRINCIPALMENTE NOS CONSELHOS PARTICULARES. O QUE A CNJ PENSA SOBRE ISSO?
Anderson Ferreira: Fizemos uma pesquisa com os coordenadores de todas as unidades para sabermos quais Conselhos Particulares, dos Conselhos Centrais, que possuíam apenas coordenador ou comissão formada. Recebemos, no entanto, poucas respostas dos Centrais e dos quais obtivemos respostas percebemos que muitos Conselhos Particulares no Brasil não possuem Comissão de Jovens formadas. E, essa situação é um pouco difícil por sabemos que o trabalho de recrutamento é da juventude vicentina e passa necessariamente pelo Conselho Particular. É pelo Conselho Particular que se consegue recrutar jovens próximos das paróquias, da casa e de outros grupos da Igreja. O Conselho Metropolitano e Conselho Central possuem dificuldade maior de recrutamento que os Conselhos Particulares. Se tivermos uma juventude vicentina forte na base com certeza, em um todo, dará mais resultados.
A CNJ ATUAL RELANÇOU E ADAPTOU O PROJETO DA ÉPOCA EM QUE O CONFRADE CRISTIAN REIS, PRESIDENTE ATUAL DO CONSELHO NACIONAL DO BRASIL, COORDENOU A CNJ. VOCÊS RELANÇARAM COMO GAME 100% CJ. QUAL O OBJETIVO E COMO FUNCIONARÁ?
Anderson Ferreira: O projeto 100% REGRA foi criado mais ou menos em 2007/2008 e fez muito sucesso, porque conseguia atingir todos os Conselhos Particulares, Conselhos Centrais e Conselhos Metropolitanos no cumprimento da Regra da SSVP na questão de formação das Comissões de Jovens. Nas pesquisas com os coordenadores de CJ do Brasil vimos que estão em uma situação muito ruim, principalmente em questão de Conselho Particular. Por isso, pensamos que poderíamos relançar o Projeto 100% Regra, que foi sucesso no passado, com as adaptações necessárias ao tempo atual. Assim, surgiu o Game 100% CJ que terá duas etapas. Na primeira etapa, os coordenadores de CJ dos Conselhos Metropolitanos terão seis meses para conseguirem montar Comissão de Jovens em todos os Conselhos Centrais de sua área de atuação. Nessa primeira etapa serão premiados pelo CNB o coordenador de CJ, sua comissão e o presidente do Conselho Metropolitano. Na segunda etapa, teremos mais ou menos de sete a oito meses para que todos os Conselhos Centrais, da área do Conselho Metropolitano, tenham as Comissões de Jovens formadas. Depois dessa segunda etapa, os coordenadores de CJ dos Conselhos Metropolitanos e Conselhos Centrais, também os presidente dos Conselhos Metropolitanos receberão além da premiação uma camisa “Game 100% eu cumpri”, que será entregue durante o III Fórum Nacional da Juventude, em 2020. Com esse game temos o objetivo de que essas Comissões de Jovens realmente existam nos Conselhos, porque muitas vezes os Conselhos Particulares não possuem ou não fazem questão de ter. Se é uma questão de regra, temos que trabalhar que todos estejam 100%, conforme diz a regra da SSVP.
FOI LANÇADO DURANTE O ENJ O FÓRUM DA JUVENTUDE. QUAL É O DIA, ONDE VAI SER E QUAL A IMPORTÂNCIA DA JUVENTUDE DO CMBH NA PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM?
Anderson Ferreira: Durante o ENJ fizemos o lançamento oficial do III Fórum Nacional da Juventude, que mais uma vez será na Cidade dos Meninos, em Ribeirão das Neves (MG), área do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte (CMBH). Acontecerá entre os dias 04 e 07 de setembro de 2020. É muito importante tanto a participação dos jovens do CMBH, quanto no envolvimento na organização. Sabemos que o Fórum sempre foi realizado na região do CMBH, então os jovens deste Conselho Metropolitano devem receber bem os jovens de outras regiões, ajudar na organização e trabalharmos como bons anfitriões que somos, nós os mineiros.
VOCÊ PARTICIPOU DO PROJETO 100% REGRA, QUAL A IMPORTÂNCIA DESSE GAME VOLTAR COMO 100% CJ?
ELISABETE CASTRO: A volta do Game 100% é uma oportunidade de resgatar as Comissões de Jovens, ou seja, reestruturar. Há 11 anos quando foi implantado o projeto 100% REGRA tinha-se como objetivo ter Comissão de Jovens em todos os Conselhos Particulares e Conselhos Centrais, porque a gente tinha uma baixa no número de Comissões de Jovens. E hoje, se percebe que de acordo com o diagnóstico apresentado pela CNJ, muitos Conselhos Centrais não possuem Comissão de Jovens, assim o objetivo de resgatar esse projeto é que tenhamos Comissões ativas nos Conselhos Centrais para trabalhar a juventude vicentina.
O QUE VOCÊ DIRIA PARA AS UNIDADES VICENTINAS QUE NÃO TEM CJ?
ELISABETE CASTRO: Diria que os Conselhos Particulares e Centrais que não possuem Comissão de Jovens estão descumprindo o Regulamento da SSVP do que diz o artigo 125, que determina que todos os Conselhos Particulares tenham sua Comissão de Jovens formada com coordenador e de 03 a 05 membros. O Central que não tem está descumprindo o Regulamento.
QUANDO A UNIDADE VICENTINA NÃO TEM CJ, SEJA CONSELHO CENTRAL OU CONSELHO PARTICULAR, O QUE A GENTE DEVE FAZER?
ELISABETE CASTRO: O Conselho Metropolitano tem que cobrar dos Centrais a formação da sua diretoria na íntegra, ou seja, o Regulamento diz que o Conselho Central deve ter um Comissão de Jovens, Central ou Particular. O Conselho Metropolitano representado pelo seu presidente ou diretoria tem que fazer essa cobrança da unidade vinculada.
QUAIS SÃO AS TRÊS COISAS QUE VOCÊ JULGA IMPORTANTE PARA O CUMPRIMENTO DO GAME 100% CJ?
ELISABETE CASTRO: Nessa primeira fase do game o Conselho Metropolitano através da sua Comissão de Jovens e diretoria, deve identificar quais os Centrais que estão nessa situação em não possuir CJ, primeiro conscientizar o presidente e a diretoria do Central a necessidade de se ter uma Comissão atuante. Segundo, buscar entre a juventude vicentina desses Centrais uma pessoa que possa coordenar, que tenha o espírito de trabalhar na juventude, que seja dinâmico, que possa ser entusiasmado e que seja vicentino ativo nas suas conferências. Terceiro, que esse jovem ao assumir a Comissão de Jovens possa montar uma CJ com confrades e consócias da área do Central considerando o todo e trabalhar para a manutenção dessa Comissão de Jovens. Assim, a CJ do Conselho Metropolitano faz um acompanhamento dando a formação, trabalhando a integração dessa CJ de Central com as que já existem. Acho que esse é um caminho de sucesso para a nossa juventude.
QUAL CONSELHO VOCÊ DARIA PARA A JUVENTUDE VICENTINA?
ELISABETE CASTRO: Eu digo para a juventude vicentina da área do CMBH que atua nas CJs, que o trabalho na Comissão é uma contribuição a mais que cada jovem vicentino dá para a SSVP. Uma vez que todos são confrades e consócias de suas Conferências; esse trabalho é importante para garantia da continuidade da SSVP. Nós trabalhamos com os jovens que são o presente. Na realidade a SSVP foi fundada por jovens e para jovens. O trabalho da CJ é resgatar essa juventude para trabalhar o encantamento de outros jovens. Precisamos e dependemos dos trabalhos da CJs para que resgatem e trabalhem com o recrutamento da juventude vicentina.
Por Amanda Dias (Comissão de Jovens /CMBH) e Departamento de Comunicação/CMBH
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