Dia Mundial de Conscientização do Autismo
O autismo é um transtorno de ordem psiquiátrica, cujos sinais podem ser percebidos nos primeiros meses de vida do bebê. Nas crianças maiores, esse distúrbio compromete a comunicação, o aprendizado e a interação social.
No entanto, o nível de comprometimento é proporcional ao grau da deficiência. A boa notícia é que os sintomas do autismo podem ser minimizados por meio de intervenções terapêuticas eficazes.
Quer saber mais? Veja, então, o que é esse transtorno, suas características, como identificá-lo e quais as medidas mais apropriadas à superação dos impactos do autismo. Acompanhe!
O que é o autismo?
Geralmente, os portadores do autismo apresentam dificuldades em relação à fala, comportamentos repetitivos e falta de interação social. Porém, vale ressaltar que o autismo é um transtorno comportamental e, desse modo, não afeta o desenvolvimento físico.
Antes, o autismo era classificado em cinco categorias distintas, de acordo com o grau da deficiência e as características comportamentais. Essa antiga divisão englobava desde a síndrome de Asperger (grau mais leve) até o espectro mais grave.
Porém, o acesso dos profissionais a novas informações sobre esse transtorno favoreceu a identificação diagnóstica e a adoção de condutas mais efetivas. Com mais esclarecimento, houve a necessidade de alterar a classificação.
Tais modificações objetivaram identificar o autismo e classificá-lo segundo a gravidade dos sintomas, facilitar a avaliação diagnóstica e direcionar o tratamento para terapias mais eficazes.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu uma classificação única, mais abrangente e com níveis distintos de funcionalidade. Assim, as modalidades do distúrbio foram inseridas em um protótipo conhecido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Existem causas específicas para o autismo?
À medida que se foi ampliando o conhecimento sobre o transtorno do autismo, esse conceito foi modificado. Atualmente, o espectro do transtorno do autismo está inserido em uma classificação de deficiência mental.
No entanto, as causas do autismo ainda não foram completamente estabelecidas, ainda que os estudos nesse campo sejam bastante intensos. Alguns sinais são considerados marcadores desse distúrbio psiquiátrico, porém, a precisão diagnóstica exige vários testes específicos e avaliações detalhadas.
Na verdade, esse distúrbio afeta pessoas de todas as idades, muito embora, desde os primeiros meses de vida, as alterações comportamentais típicas do TEA podem ser percebidas pelos pais.
Há indícios de que o autismo surge como consequência de uma combinação de fatores. Os mais importantes são ligados aos caracteres genéticos e a influências ambientais.
Porém, muitos genes relacionados ao autismo já foram identificados e mapeados. Alterações no padrão genético, como mutações, por exemplo, tornam os indivíduos mais propensos ao transtorno.
Essas modificações podem afetar, inclusive, o desenvolvimento de algumas áreas do cérebro, o processo de comunicação e elevar a gravidade dos sintomas.
Quanto aos agentes externos que acentuam o risco para o TEA destacam-se a poluição do ar, complicações fisiológicas ou o uso de álcool na gestação, infecções virais e exposição ao mercúrio.
Quais os níveis do autismo?
Esse transtorno tem peculiaridades muito específicas. Algumas crianças são incapazes de reconhecer os códigos próprios da comunicação humana e, por isso, optam pelo isolamento.
Elas vivem alheias à presença dos outros, fecham-se num universo restrito e inatingível para os demais. Além do mais, apresentam padrões específicos e repetitivos de comportamento, o que dificulta o desenvolvimento.
O TEA pode ser classificado em três grupos, cujas características dessas desordens autísticas têm níveis de comprometimento distintos. Confira!
Autismo grave
Pertencem a esse grupo as crianças isoladas, que não conseguem se comunicar e que passam várias horas repetindo movimentos estereotipados.
A principal característica do TEA grave é a ausência de sensibilidade à comunicação: o autista grave ignora o seu interlocutor e todos ao redor dele.
Ele não interage com ninguém, não apresenta nenhum tipo de afetividade, evita o toque, afago, abraço e, apresenta, em geral, sinais de deficiência mental. Nesses casos, a terapia familiar é indicada para favorecer o tratamento psiquiátrico..
Moderado ou clássico
Classificado como autista clássico, o TEA moderado fala, mas não consegue se expressar com clareza. Ele tem a capacidade de repetir, fora do contexto, até mesmo uma frase inteira ouvida pela TV no dia anterior.
Ou seja, ele repete falas, padrões, comportamentos, mas não tem um padrão psicológico estável que permita o aprendizado e o desenvolvimento escolar.
Os autistas clássicos têm grande dificuldade de interação e de comunicação verbal ou corporal. Eles são centrados si mesmos, evitam o contato visual, não têm muita ligação com o ambiente ou com pessoas ao redor.
Grau leve
Os portadores da antiga Síndrome de Asperger estão inseridos no TEA leve. Eles apresentam as mesmas limitações dos outros grupos, porém, numa medida bastante reduzida.
O TEA leve é comunicativo, inteligente e consegue se socializar, ainda que aglomeração de pessoas também o incomode. Muitos focam em alguma área de conhecimento e se tornam imbatíveis nessa “especialidade”.
Porém, o autista leve também pode apresentar caracteres que exigem acompanhamento contínuo. Mas ele consegue levar uma vida normal: muitos se casam, têm filhos, mantêm uma vida social tranquila, estudam e fazem carreira profissional.
Quais as características mais marcantes do autismo?
Em todas as etapas da vida, o TEA apresenta características marcantes e que auxilia na identificação diagnóstica. A percepção desses elementos tipicamente autistas é fundamental ao direcionamento da intervenção terapêutica.
Listamos algumas dessas características. Confira!
- maior sensibilidade dos sentidos: visão, audição, tato e paladar excessivamente sensíveis;
- crises excessivas de raiva, acompanhada ou não de agressividade;
- não responde a contato visual, gestos corporais ou sorrisos;
- apresenta hiperatividade ou é muito passivo e isolado;
- executa constantes movimentos corporais repetitivos;
- tem necessidade de intensa repetição de atividades;
- baixa capacidade de concentração ou de atenção;
- foco em um único assunto ou atividade;
- não participa de jogos interativos;
- não aceita mudança na rotina;
- dificuldade para fazer amigos;
- demonstra falta de empatia;
- apego anormal aos objetos;
- isolamento social.
Como identificar esse transtorno?
Dada à complexidade desse transtorno, a confirmação do diagnóstico de autismo é encarada pelos pais ou responsáveis como um desafio. Pode, inclusive, ser comparado a uma viagem rumo a um universo desconhecido.
Porém, há muitas possibilidades de atenuar os sintomas e de minimizar o impacto deles, desde que se busque ajuda especializada o quanto antes. O conhecimento sobre o TEA também é relevante.
Uma das medidas mais relevantes para despertar atenção sobre a importância de saber conviver com os autistas é a criação do abril azul. Durante todo esse mês, diversas instituições promoverão palestras e ações focadas no TEA.
Fonte: Hospital Santa Mônica