Cuide de você com amor
Quando o assunto é câncer de mama muitas mulheres já têm o hábito de fazer a prevenção e muitas outras já superaram a doença. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) em 2018 mais 59 mil casos foram diagnosticados. Entretanto, ninguém está pronto para receber essa notícia assombrosa, que não confirma o fim das chances. E, quem já vivenciou por essa fase afirma que há muita aprendizagem diante dessa jornada.
A médica e enfermeira obstetra, dra. Délzia Costa Magalhães, que atua no Programa Saúde da Família em Unidade Básica de Saúde (UBS) em Belo Horizonte fala sobre a detecção precoce do câncer de mama e a prevenção. “O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A detecção precoce consiste no diagnóstico e tratamento em sua fase inicial, quando existe a maior possibilidade de cura da doença. O Câncer de Mama possui bom prognóstico, ou seja, tem grandes chances de cura quando diagnosticado e tratado precocemente. No entanto, quando diagnosticado em fases avançadas, o tratamento enfrenta complicações e a cura pode não ser possível”.
A médica reitera quais outros fatores para o surgimento da doença. “Os fatores de risco melhor estabelecidos até hoje são o gênero feminino e a idade. A incidência de câncer de mama aumenta conforme a idade avança, especialmente acima dos 50 anos. Mulheres com história de câncer de mama na família também possuem maior risco. Fatores como início precoce da menstruação, menopausa tardia, primeira gestação em idade mais avançada ou mulheres que nunca engravidaram, consumo de álcool e tabagismo também são considerados como risco para o desenvolvimento da doença. Por outro lado, a prática regular de atividade física, alimentação saudável e a amamentação são fatores de proteção para o câncer de mama”.
Sabendo que todas as mulheres precisam de autoconhecimento sobre o assunto, a dra. Délzia Magalhães faz uma observação. “A mulher deve conhecer seu próprio corpo para perceber rapidamente as alterações, que podem ser sinais de doenças. Porém, é importante lembrar que algumas alterações, especialmente nas mamas, podem ser benignas e passageiras. Quando perceber alguma alteração ela deve procurar avaliação médica”.
Sabemos que o recomendado por um ginecologista é fazer uma consulta de prevenção uma vez ao ano para saber como está o útero, as mamas dentre outras observações. A dra. Délzia Magalhães explica como é realizado o procedimento. “O exame clínico das mamas é realizado por profissionais da saúde. A recomendação do Ministério da Saúde é de que seja realizado em casos de sinais de alerta: se a mulher perceber qualquer nódulo diferente em suas mamas e axilas, se houver alteração ou secreção nos mamilos. Para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil, são adotadas as estratégias de realização de MAMOGRAFIA como o principal exame, sendo outros exames complementares solicitados pelo médico quando necessário, além da difusão de informação e conscientização da população. Segundo recomendações do Ministério da Saúde, as mulheres de idade entre 50 a 69 anos devem realizá-la a cada dois anos. Mulheres de risco elevado para o Câncer de mama (como exemplo as mulheres com história prévia pessoal de câncer de mama ou de ovário, história familiar de câncer de mama em um parente de primeiro grau ou história familiar de câncer de mama masculino) precisam ser avaliadas individualmente e a periodicidade da mamografia será determinada pelo médico”.
Em seguida, reitera como a mulher deve ficar atenta para a detecção da doença. “A mulher deve se atentar aos sinais de alerta. Se perceber qualquer nódulo diferente em suas mamas e axilas, se houver alteração na forma ou saída de secreção nos mamilos, ela deverá procurar atendimento médico. Alterações de coloração, mamas dolorosas também requerem atenção quando surgem fora do período menstrual – durante este período, alterações podem ser comuns e passam com o término da menstruação, não representando gravidade”.
Procurar forças em um instante de fragilidade é uma atitude natural. Perante o diagnóstico, o paciente supera a crença na medicina e também busca amparo na sua fé religiosa. Confiança e a fé, em certos casos, funcionam. Afinal, é necessário acreditar e confiar. “A influência da espiritualidade no processo de tratamento de pacientes já é admitida até mesmo por médicos que sempre adotaram uma postura incrédula em relação ao assunto. Estudos comprovam que a religiosidade fortalece pacientes que lutam contra o câncer, pois a fé reforça esperanças, positividade e crença em sua própria recuperação, aumentando a resposta do sistema imunológico e as chances de sucesso do tratamento”, destaca a dra. Délzia.
“É mágico como a dor passa quando aceitamos a sua presença. Olhemos para a dor de frente, ela tem nome e sobrenome. Quando reconhecemos esse sofrimento, ele quase sempre se encolhe. Quando negamos, ele se apodera da nossa vida inteira.” Essa fala é de uma médica que admiro muito, Ana Claudia Quintana Arantes. Expresso através dela minha mensagem às mulheres que estão na luta contra o Câncer de Mama. Vocês são guerreiras, e existe uma força imensurável dentro de vocês para enfrentar toda adversidade que esta doença lhe trará. É a forma de encarar a vida que nos torna vencedoras”, finaliza a médica deixando mensagem as mulheres que estão passando pelo tratamento.
Por Mariane Magalhães – Departamento de Comunicação CMBH
Artigo publicado na Revista Vicentina Adoremos, ed. 1044, Outubro/2019