As mães da SSVP
Estamos chegando no fim do mês de maio, mês de Maria e também mês das mães. A Revista Vicentina Adoremos, publicou na edição 1006, uma matéria especial sobre as mães na SSVP. Hoje, estamos compartilhando a matéria na íntegra com você. Confira:
“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. (João 19, 26-27).
Maria, que concebeu por meio da obra do Espírito Santo, tornou-se exemplo de mulher e de mãe ao dizer “sim” aos propósitos de Deus. Ao falar sobre o dia das Mães devemos citar Maria, pois ela foi e ainda é o espelho de mulher e de mãe. Na história, outras mães também se tornaram santas, cada uma com sua história. A mãe de São João Crisóstomo, viúva aos vinte anos, não quis passar por outro casamento a fim de se consagrar inteiramente à educação cristã de seus filhos. São Bernardo também foi criado na religião devido ao árduo trabalho de educação religiosa vindo de sua mãe.
Podemos citar tantas outras “Santas Mães”, como: Santa Ida, Santa Edwiges, Santa Mônica, Santa Perpétua, Santa Helena, Sant’Ana, Santa Brígida, Santa Izabel da Hungria, Santa Isabel, Santa Adelaide e Santa Rita. Citamos também Santa Luísa que ao ficar viúva de seu marido, encontrou dificuldade para criar o seu filho Miguel. Mesmo assim, dedicou-se ao filho e aos trabalhos na Igreja em prol da caridade, onde encontrou São Vicente de Paulo. Luísa é referência de Maria, aquela que luta e protege seus filhos.
Não podemos esquecer também de Santa Gianna de Beretta. Cuidava não apenas de seus filhos, mas também às mães, crianças e idosos que precisavam de ajuda. Em sua quarta gestação descobriu um tumor maligno no útero. Sem hesitar, deixou que o instinto materno falasse mais alto ao escolher salvar a vida de seu filho ao invés da sua. Gianna é aquela que protege, ampara e salva os seus filhos.
Ser mãe é um dom incrível. É sentir aquilo que Maria sentiu. É ser aquilo que Maria foi para Jesus. Cada mãe tem o seu jeito. Existem as mães carinhosas, superprotetoras, tímidas, modernas, autoritárias, intelectuais e as mães que sempre são as donas da verdade. Tem também aquelas que não gostam de ser enganadas, as que dão socorro toda vez que você precisa as que solucionam todos os nossos problemas ou até mesmo as mais explosivas. Mas são todas mães. Todas possuem um “sexto sentido” ou aquela intuição para solucionar os problemas. Todas são lindas e exuberantes.
A figura maternal na SSVP
“Senhora, és tão grande e tanto podes, que para quem quer graça e a ti não recorre, o seu desejo quer voar sem asas” (Dante Alighieri – Divina Comédia, Par. XXXIII, 13-15).
A frase acima foi usada pelo Beato Antônio Frederico Ozanam em sua Tese. O trecho retirado da obra “Divina Comédia” do poeta italiano, Dante Alighieri retrata a devoção de Ozanam a Maria Santíssima. Quando criada a Sociedade de São Vicente de Paulo, Ozanam sugeriu que toda obra fosse protegida por Virgem Maria, acrescentando nas reuniões a oração à Ave Maria e comemorando sua festa a cada ano.
A devoção de Frederico Ozanam criou um laço maternal entre a Virgem Maria e a SSVP. Os espelhos de Maria podem ser encontrados em cada conferência, bem ao nosso lado. As nossas consócias são sim espelhos de Maria. Algumas têm filhos, outras ainda não, mas mesmo assim não deixam de serem mães. Assim como Santa Gianna de Beretta, muitas são as mães dos assistidos. Lutam todos os dias em prol da caridade. Dedicam o seu tempo para ajudar outras mães, crianças e idosos que necessitam desta ajuda. Misturam em si a luta de Luísa de Marillac em melhorar as condições para seus filhos, ou assistidos, com o instinto que Gianna nos mostrou ao dar a sua vida pelo seu filho.
Em sua catequese no mês de janeiro de 2015, Papa Francisco disse que “na família está a mãe. Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe e quase sempre deve a ela muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual”.
A consócia Ildete Santos é um dos milhares de exemplos de laços maternos que encontramos na Sociedade. Consócia ativa em sua Conferência, Ildete trabalha na SSVP desde 2003. Tudo começou em uma creche da SSVP, onde Ildete, desde então, começou a trabalhar estes laços maternos em prol da Sociedade. Sobre a importância da figura materna, ela tem orgulho em falar que é mãe dos assistidos. “Vejo que estar na SSVP é ser mãe em duplicidade. Como sou vicentina, sou mãe de nossos assistidos conforme a regra e orientações que temos”, destaca a consócia.
Mãe de dois filhos, já adolescentes, ela conta como são as dificuldades de lidar com o tempo, as tarefas de casa e a Sociedade. Assim como tantas outras, o amor pelo o que faz e também os laços maternais que une Ildete à Sociedade e também aos seus filhos, fazem com os árduos trabalhos sejam feitos maestria, mas também é preciso um pouco de ajuda: “Lavo, passo, cozinho etc. Tudo isso consigo conciliar porque ensinei os meus filhos e continuo ensinando. Hoje eu tenho a colaboração deles nas tarefas”, afirma Ildete.
As mais diversas formas de ser mãe
Muitas vezes, para ser mãe não é preciso ter laços sanguíneos. Todo mundo já teve uma “mãe emprestada”. Seja ela a mãe de um amigo, uma madrinha, uma professora ou uma tutora. Nestes pontos, não é preciso gritar os temíveis “vou contar até três”, “se correr é pior” ou o “arruma o seu quarto senão vou doar todos os seus brinquedos”. É preciso sim, na maioria das vezes, ser uma conselheira e ser amiga. Desta forma, o laço maternal espiritual irá ganhar o espaço do laço sanguíneo.
Dentro da Sociedade de São Vicente de Paulo nós temos as Conferências de Crianças e Adolescentes (CCAs). As conferências compostas por crianças e adolescentes são dirigidas por uma coordenadora, ou seja, uma tutora.
Este é o caso da Coordenadora de CCA Alexa Britto, do Conselho Central Nossa Senhora do Pilar, de Nova Lima. Consócia desde 2006, Alexa já foi secretária do CC Nossa Senhora do Pilar, e a convite da presidente da época do CP Cristo Redentor, csc. Maria Ester, ela participou de um curso de formação para Orientadores de CCA, tendo assim o seu primeiro contato com as Conferências de Crianças e Adolescentes. Ela também participou na fundação da CCA N. Sra. Aparecida e assim, logo depois, assumiu a Coordenação de CCAs do CC N. Sra. do Pilar.
Mãe do Miguel de apenas cinco anos, Alexa divide o seu tempo com a SSVP. Ela diz que não é uma tarefa fácil, mas isso é por amor. “Além do Miguel eu também estudo, trabalho dentro e fora de casa e tem toda a família, mas eu tenho comigo o seguinte: quando você faz o que gosta, você arruma tempo. Se tratando da SSVP eu tento reconciliar o meu tempo. Tenho uma ótima equipe que me ajuda e isso faz a diferença”, destaca a coordenadora.
Além da correria, a consócia também é uma mãe para tantas crianças e adolescentes que fazem parte das CCAs. Ela sente orgulho em dizer que é uma “outra mãe” para os jovens confrades e consócias. “É assim que me sinto. Cada criança e adolescente da conferência são como filho ou filha. Ensinamos, educamos e formamos Vicentinos. Sempre me preocupo com eles”, ressalta Alexa.
Perguntado sobre a figura maternal na SSVP, a consócia respondeu: “A importância que eu vejo é que, como mãe, gostamos de acolher, estar perto e fazer parte de suas vidas. Como coordenadora gosto de visitar e ouvir e isso ajuda muito. Desta forma, as crianças sabem que podem contar com a gente”, conclui Alexa.
Assim como tantas outras mães e consócias, Alexa batalha no dia a dia e cuida de suas famílias e ainda encontra motivos de sobra para sorrir no final do dia. Sempre com amor a SSVP, ela destaca que tem um sonho: ver o seu filho, Miguel, dentro da SSVP. Assim os laços maternos sanguíneos e espirituais podem estar juntos.
Esta é a história de apenas duas mães em tantas outras na Sociedade de São Vicente de Paulo que dividem o seu tempo entre a SSVP e seus filhos. Entre os laços sanguíneos e espirituais. Pois, assim como o Beato Antônio Frederico Ozanam proclamou na criação da Sociedade, precisamos sim das mães para manter as bençãos e a união!