[Artigo] A simplicidade, uma virtude vicentina
Olhando para vida de Jesus, encontramos em todas os seus feitos, em suas falas, orações e ações o cumprimento d’Ele fiel para com os desígnios da vontade do Pai. De forma muito simples e humilde Jesus comunicou-nos seu espírito: de simplicidade e de obediência. O amor que Jesus nos deixou parte primeiramente da simplicidade do seu Ser, brota do seu coração sincero de Cristo, aberto e capaz de acolher a todos. São Vicente em um colóquio dizia que: “Deus é simplicíssimo, ou antes, é a própria simplicidade. Deus se encontra onde está a simplicidade” (SVP, XI, p. 51). Ser simples na Espiritualidade Vicentina consiste em “fazer todas as coisas por amor a Deus, e ter por fim único, em todas as ações [a simplicidade]” (SVP, XII, p. 307). O missionário vicentino deve por em prática esta máxima evangélica em toda a sua vida. O Papa Francisco, no documento sobre O chamado a Santidade no mundo de hoje, recorda-nos que ser simples “diz respeito a quem tem um coração simples, puro, sem imundície, pois um coração que sabe amar não deixa entrar na sua vida algo que atente contra esse amor, algo que o enfraqueça ou coloque em risco” (GE, 83),
Para São Vicente de Paulo a simplicidade está na liberdade do missionário em dizer as coisas como elas são (SVP, I, 183), sem esconder nada ao ouvinte. Devemos dizer as pessoas “sem disfarces, nem rodeios” (SVP, XII, p. 307) de forma que elas entendam a nossa mensagem de amor, que é a mensagem salvífica de Cristo. A simplicidade vicentina vai de encontro com a vida dos santos, como bem nos recorda o Papa Francisco “a força do testemunho dos santos consiste em viver as bem-aventuranças e a regra de comportamento do juízo final. São poucas palavras, simples, mas práticas e válidas para todos” (GE, 109) de forma simples.
Por fim, a simplicidade é algo fundamental em nossa Espiritualidade Vicentina, porque em nossa missão evangelizadora “Deus gosta de falar [por meio dos] simples e oculta os mistérios celestes aos sábios e aos prudentes do mundo, enquanto revela aos humildes” (MALONEY, 1993, p. 217) e segundo o Papa Francisco “Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo” (GE, 63). Sejamos simples, pois São Vicente de Paulo recomendava como modelo de santidade a prática constante da simplicidade. Assim, veremos que, Deus se comunica aos simples. Deus mesmo é simples, e onde há simplicidade Deus ali está. O mundo ama as pessoas simples. Deus quer que nossa Família Vicentina seja simples.
Por Seminarista Ramon Aurélio (Congregação da Missão)
Artigo publicado na Revista Vicentina Adoremos, Janeiro/Fevereiro.
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