[ARTIGO] A essência do nosso trabalho
Duas ações não podem faltar na visita ao assistido: a leitura de um trecho bíblico e a oração. Mesmo que ele frequente a igreja com regularidade, ainda assim, temos o dever de ler com ele um trecho bíblico, comentar e rezar ao menos um Pai Nosso se ele for de outra religião. Esta leitura deve falar sobre amor, paciência, esperança e necessidade de rezar bastante. E são muitas as opções.
A nossa missão na SSVP é buscar a santificação através de um trabalho de promoção humana. Como disse um famoso bispo de nossa igreja: “Não adianta falar de Deus a estômagos vazios”. A ajuda material é importante. Mas sem levar a Palavra de Deus e rezar com o assistido, as nossas visitas ficam incompletas. É triste constatar a miséria espiritual da maioria esmagadora dos nossos assistidos. Às vezes, dizem que frequentam a igreja (católica ou evangélica) mas, é fácil perceber que esta frequência deixa muito a desejar. Sendo assim, em nossas visitas, a ajuda material torna-se uma “desculpa” para desempenhar um trabalho de evangelização. Devemos ter muito cuidado; é uma graça muito grande pertencer à SSVP, mas teremos que prestar contas desses dons que recebemos.
Permitam-me relatar o seguinte fato;
Uma vez, tive de deixar uma Conferência para ir ajudar a outra que estava bem fraquinha. Fui recebido com muita alegria. Procurei visitar e conhecer logo os assistidos. Uma semana depois, uma família composta apenas de um casal iria ficar sem visitas, porque os membros da Conferência tinham que ir a um churrasco e não podiam atrasar… Tentei convencer algum deles a ir comigo para me apresentar à família. Mas foi em vão. Perguntei se precisava levar alguma ajuda material; me disseram que não.
Chegando no domicílio, me apresentei como membro da Conferência. Convidado a entrar, falei dos objetivos da SSVP, perguntei se poderia ler um trecho bíblico e recitar algumas orações após aquela conversa. Fui prontamente atendido. Em seguida, fiz algumas perguntas e deixei o casal à vontade para expor o que desejasse.
–Fala pro seu pessoal que ês num ta fazeno trabaio vicentino direito não. Quando entrei pra Conferência já faiz mais de 40 anos, aprindi que o Confrade num pode dexá de levá a Palavra de Deus pro assistido não. Ês num trais a Palavra de Deus pra mim. Ocê é o premero qui faiz isso. Eu mais a minha muié tomo passano pur dificurdade purque num dô conta de trabaiá. Num tô dano conta nem de ih na igreja. Num tô nessa situação porque quero. Eu quirira tê saúde pra ajudá osoto, promovê as famia.
Em seguida, mostrou-me as latas de alimentos, quase todas vazias. Tive de ir a uma mercearia mais próxima e comprar alguns alimentos básicos para que o casal tivesse alguma coisa para alimentar até a próxima visita.
Que cada um tire as suas conclusões!
Por Confrade Wilson José Pinto
Representante da SSVP/BH na Família Vicentina, membro da Conferência Santa Gemma Galgani