Artigo Vicentino – Acolhe Jesus quem o anuncia
Hoje é impossível não ter na mente a estrela quando pensamos no Natal. Faz parte de nossa cultura. Para muitos, não passa de um apelo comercial. Lembra do presente que espera ganhar ou doar para alguém. Evoca o tão esperado tempo das compras, mas estaria esvaziada do seu profundo sentido e riqueza se a estrela não passasse desse chamariz comercial.
No entanto, quanta riqueza para nossa fé se não arrancarmos a estrela natalina do seu verdadeiro tronco, de onde ela de fato nasceu. Em seu Evangelho, diz-nos São Mateus que, por uma estrela, magos ou sábios foram guiados até Jesus, o menino Jesus, logo que nascera. Os magos eram pagãos. Buscando Jesus, eles estavam proclamando que o Salvador estava vindo também para eles, para a inteira humanidade e não só para o povo eleito, para os Judeus.
Os magos passam por Jerusalém, a capital dos Judeus. Aí a estrela some, sinal de que ali não se encontrava quem procuravam. Perdidos e sem rudo, procuravam por informação: “Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2). Informados de que Belém era o berço de Messias, retomam a caminhada: “Partiram. E a estrela que tinha visto no oriente ia à frente deles até parar sobre o lugar onde estava o Menino. Ao observarem a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande”.
Que maravilha, a estrela natalina é para apontar Jesus a “pagãos” e levá-los até Ele! Para levar todos nós, a humanidade, até Jesus!
Mas para que? “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois, abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (V. 11).
Ajoelhar-se diante d’Ele e o adorar. De pagãos, sem rumo existencial, sem um sentido mais profundo para a vida, encontram o tudo, por quem tudo valia. Quando ajoelham e adoram, eles experimentam o próprio nada, mas diante do tudo que os podia preencher. “Têm-no, a partir de então, como sua própria vida”. A partir d’Ele, tudo a mais, até a própria vida, ou ganha um sentido com Ele ou não passa de vaidade, de absurdo, de lixo e de nada sem Ele.
Ao menino deram os seus “presentes” e “retornaram para sua terra” (v. 12). E a estrela-guia? Continuava em seu posto, sobre o lugar onde estava o Menino, a apontar Jesus para todos, até o último representante da humanidade. E os sábios retornaram vazios?
Exatamente o contrário. Plenos de Jesus, da Luz. Sim, ele era e ainda é a Luz da qual a estrela era sinal. Aprendendo com a estrela, os magos partem para ser como estrelas para seus irmãos. Quem “adora” Jesus e o acolhe em sua vida, não aguenta guardá-lo apenas para si. Põe-se a apontá-lo a outros. Sua “adoração” consuma-se ao levar outros até Jesus para igualmente o adorar e adotá-lo.
Como a estrela leva todos nós até Ele para o adorarmos, deixemo-nos guiar pela estrela até Jesus! Como Maria e os magos, faça com que sejamos estrelas guias na vida dos que ainda continuam sem nada, sem Ele. E mais, que a Mãe faça de nós sua Família, uma Família de Estrelas e que, a partir de seu Santuário, apontem Jesus para novos irmãos que, por sua vez, façam-se estrelas guia para outros.
Assim façamos que Jesus, nosso Tudo, seja também Tudo para todos, sem exclusão de ninguém. Amém!
*Artigo escrito pelo confrade Mário Resende Nascimento – Tesoureiro da conferência Bem Aventurado José de Anchieta, vinculada ao CP São Paulo Apóstolo – CC São Paulo Apóstolo.
MUITO BOM! LEMBRAR QUE NATAL É JESUS!