20 de novembro: DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Esse trecho da música Canto das Três Raças, da cantora Clara Nunes ajuda e muito a entender o motivo de em 20 de novembro se comemorar, no Brasil, o Dia da Consciência Negra. Foi nessa data, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares, último grande líder do famoso Quilombo dos Palmares e um dos símbolos da resistência à
escravidão do período colonial brasileiro.
Zumbi nasceu no quilombo, lugar para onde iam os negros que fugiam da escravidão. Ainda criança foi capturado, alfabetizado e batizado com o nome de Francisco, mas nunca concordou em ser escravo. Aos 15 anos fugiu e adotou o nome de Zumbi, que quer dizer “a força do espírito presente”. Treze anos depois assumiu a liderança do Quilombo dos Palmares, que tinha esse nome por ficar em uma região de muitas palmeiras.
Hoje nesse local está situado o estado de Alagoas. Em 1695 uma expedição militar, composta por 9 mil homens, invadiu e destruiu o povoado de Palmares e ainda matou Zumbi. Só que a data da morte desse líder até
então era desconhecida e só foi descoberta por historiadores no início da década de 1970. Desde então ele se tornou o símbolo da resistência e luta contra a discriminação racial de movimentos que lutam pela igualdade de direitos sociais no país. Só que o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra não existe oficialmente há tanto tempo assim. Essa data foi instituída em 2011 pela Lei 12.519.
Para muitos um dia como esse não é necessário, pois em um país como nosso, marcado pela diversidade cultural, não é possível que ainda exista o preconceito racial. Sim, infelizmente ele existe. Muitas vezes mascarado, outras vezes escancarado. Um exemplo de que a desigualdade racial ainda é uma realidade no Brasil está na diferença
entre os salários. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os salários dos trabalhadores negros, que inclui também os mulatos, é 42,6% menor que o dos brancos. O salário médio mensal da
população branca no Brasil, em 2013. foi de R$ 2.396,74 por mês, enquanto o da negra foi de R$ 1.374,79.
É para mudar essa e outras realidades que existe o Dia Nacional da Consciência Negra. Nosso desejo sincero é que essa consciência exista durante os 365 dias do ano e seja repassada para as futuras gerações, que ainda não sabem o que é o preconceito
Autor: Monizy Amorim
Texto publicado na edição 1000, da Revista Vicentina Adoremos