Intercessão de Ozanam é pedida pela cura da Covid-19

A consócia Maria Vera é uma das entusiastas do grupo de oração

Vicentinos da área do Conselho Metropolitano de Brasília (DF) têm recorrido à intercessão do Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam, um dos principais fundadores da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), pela recuperação de associados que estão com o novo Coronavírus. Eles já rezaram para cerca de 15 vicentinos infectados e todos se curaram.

Tudo começa de forma on-line. Ao saberem que há um confrade ou uma consócia com a Covid-19, vicentinos da área informam via grupos no WhatsApp o nome do infectado, junto com um pequeno roteiro de orações que deve ser rezado três vezes por dia – às 6h, 15h e 18h.

Os grupos têm mais de 60 membros. O confrade Jaques Nunes é um deles. “Sinto-me bem por poder estar em oração por aqueles que estão precisando. Na minha Conferência temos um vicentino com a Covid-19, mas graças a Deus, por meio de nossas orações, ele está se recuperando bem”.

A consócia Maria Vera Lúcia Domingos, membro das Conferências Santa Teresa de Calcutá e Nossa Senhora Aparecida, explica que os vicentinos terminam o momento de oração pedindo que Ozanam interceda pela graça da cura. “Basta conhecer a história para a gente saber que a vida do Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam é repleta de milagres, por isso, neste momento tão difícil, a nossa fé só aumenta na força do poder intercessor dele”.

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

Presidentes nacional e geral respondem perguntas de internautas

A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) brasileira promoveu no último domingo (28) uma live com os confrades Cristian Reis da Luz e Renato Lima de Oliveira, respectivamente, presidente do Conselho Nacional do Brasil e presidente do Conselho Geral Internacional da instituição. Foram quase 2h de bate-papo e cerca de 5 mil visualizações no site de relacionamentos Facebook.

Os vicentinos fizeram muitas perguntas que não deram tempo de ser feitas no ar, por isso, os confrades Cristian e Renato disponibilizaram as respostas para que fossem divulgadas no site SSVPBRASIL:  

A exemplo das reuniões on-line, no âmbito do Brasil, às quais se tornaram válidas, não poderia o CNB autorizar assembleias on-line para eleição e outras?

Confrade Cristian – Para eleição ficaria mais difícil devido à necessidade de manter o voto secreto. As assembleias para prestação de contas anual das Unidades com personalidade jurídica estão permitidas, inclusive o CNB fez sua assembleia no início de junho com os CMs e diretoria, de forma on-line.

Por que muitas publicações vicentinas não são traduzidas para o português e disponibilizadas no Brasil? O CGI e o CNB poderiam disponibilizá-las. Existe algum trabalho sobre isso?

Confrade Renato – O site do Conselho Geral é feito em quatro idiomas, e todos os nossos arquivos estão em Português também. Quanto a outros documentos, textos de formação, livros e similares, de propriedade intelectual do Conselho Geral Internacional, que estejam impressos e em outras línguas, eles têm direito autoral livre e gratuito para qualquer Conselho Nacional para republicar tais obras em seus países respectivos. Basta o Conselho Nacional solicitar que iremos conceder os direitos. Teremos toda a alegria em ceder esses livros para ampla tradução e difusão.

Como deve ser a postura de um membro da Conferência caso algum parente precise de ajuda?

Confrade Cristian – Sugiro que, para evitar quaisquer constrangimentos, esse parente seja encaminhado para uma outra Conferência ajudar. Importante que a Conferência que for analisar a situação possa fazer a sindicância normalmente e que a análise seja feita de forma isenta.

Explique para nós como é essa dinâmica de territórios. Ouvi outro dia o senhor dizer que não é a mesma coisa que países. Às vezes, um país tem dois territórios?

Confrade Renato – A SSVP internacional possui uma classificação diferente, pois existem certas singularidades no cenário mundial entre os países. Por exemplo, no caso da China, contamos no Conselho Geral quatro territórios: China, Taiwan, Macau e Hong Kong. No caso da Itália, contamos quatro territórios: Itália, Vaticano, São Marino e Tirol do Sul. Diante dessa realidade, resolvemos não adotar a classificação de país feita pela ONU, e usamos algo mais parecido com a FIFA. Assim, estamos em 151 territórios. Até o final de 2022, podemos ainda alcançar mais 8 novos países. Oremos.

Como o Brasil está colaborando com a Jumelage Internacional?
Confrade Cristian – O Brasil tem colaborado com o CGI para que a Jumelage aconteça, recentemente, enviamos um valor para o Fundo de Solidariedade Internacional do CGI, além das nossas contribuições anuais normais. Temos dois países irmãos que estamos cadastrados para ajudar (de Conferência para Conferência) sendo o CNB o elo, mas ainda não foi concretizado. Divulgamos no ano passado e, por enquanto, não conseguimos finalizar essa ajuda aos vicentinos de São Tomé e Príncipe, e também do Paraguai. Caso sua Conferência queira fazer a jumelage entre em contato por e-mail com o confrade Carlos Henrique David (Kaike) – [email protected], que o mesmo dará todas as informações necessárias.

Como é feita a análise final das Cartas de Agregação, porque mandamos as cartas mas não temos resposta se elas foram aprovadas ou não?

Confrade Renato – O nosso staff em Paris recebe os documentos enviados pelos países e faz uma primeira análise. Geralmente, os pedidos de Cartas de Agregação já chegam bem organizados e bem preenchidos, quase sem falhas ou inconsistências. O Conselho Geral faz apenas uma checagem básica: se a Conferência se reúne regularmente, se foi anexada a ata de fundação, se há número mínimo recomendável de membros (sete membros) etc. Estando tudo OK, a Seção Permanente, que se reúne em junho e em dezembro, aprova as agregações e as instituições. Raros são os casos de rejeição. Tão logo haja a aprovação, em menos de um mês, a Carta volta ao país de origem para ser entregue à Conferência ou Conselho. Aceleramos muito esse processo desde o início do nosso mandato. E mudamos o formato da Carta de A3 para A4 para facilitar a impressão dela.

Qual a importância de se pensar em Projeto Social e como se pensar em Projeto Social com tantas incertezas?

Confrade Cristian – Temos percebido que os Projetos Sociais de fato têm mudado a vida de muitos assistidos da SSVP, eis aí sua importância. Vale ressaltar que o Projeto não deve vir de cima para baixo, ele passa necessariamente pela escuta dos desejos e sonhos dos assistidos. No momento que estamos vivendo, mais do que nunca, a necessidade de pensarmos nos Projetos Sociais, pois a situação de muitas famílias após pandemia não será a mesma.

Certa vez, ouvi-te dizer que é preciso mudar a mentalidade dos dirigentes vicentinos. O que quis dizer com isso?

Confrade Renato – Sempre digo isso, estou até rouco. Já bastam os problemas de pobreza e de exclusão social que grassam por aí. Se tivermos dirigentes vicentinos com a mente aberta, bem preparados, democráticos e com visão de conjunto, daremos saltos largos na administração e avançaremos muito no que diz respeito à gestão interna na SSVP. Se, por outro lado, tivermos dirigentes estagnados, travados, medrosos e carreiristas, não atingiremos bons resultados esperados por Deus e pelos Pobres. Por isso, temos que saber escolher os nossos líderes para que, depois, não fiquemos reclamando pelos cantos. Eleição não é coisa simples!

Como podemos agir quando voltarmos após a pandemia para não perdermos nossos confrades e consócias?

Confrade Cristian – Será fundamental o comprometimento, um olhar atento e fazer que o outro sinta o sentido de pertença à SSVP. Ao perceber que um confrade/consócia não está aparecendo na reunião, com pequenos gestos, podemos resgatá-lo: com um telefonema, uma visita amiga…, mostrando de sua importância para a SSVP e para os Pobres. Será oportuno também recrutar novos membros, mostrando que a necessidade aumentou e, por isso, precisamos de mais rebanho.

Há alguma coisa que os países podem aprender com o Conselho Geral Internacional?

Confrade Renato – Há muitas boas práticas que o Conselho Geral adota, internamente, e que poderiam servir de exemplo para os demais Conselhos Nacionais. Por exemplo, o estudo sobre os sete fundadores, o modelo de eleições internacionais (segundo turno), os departamentos de ação solidária, os padrões de formação e de treinamento contidos no “Programa Universal”, o relacionamento com autoridades políticas e entidades do Terceiro Setor. Enfim, da mesma maneira que o Conselho Geral aprende com os países, os Conselhos Nacionais podem aproveitar as boas práticas do Conselho Geral e implementá-las em seus territórios.


Por que não elaborar um programa de ação para recuperar os vicentinos que repentinamente se tornaram ausentes da SSVP? Por que não ouvi-los sobre os motivos que o levaram a essa atitude?

Confrade Cristian – Penso que não precisaríamos de um programa de ação, pois faz parte dos membros da Conferência e, principalmente do presidente, tentar entender o motivo e mostrar a importância do membro no seio da Conferência. Por outro lado, hoje o Departamento Missionário tem feito esse trabalho na prática, da escuta e do resgate dos membros afastados.

É uma alegria ver um brasileiro à frente do Conselho Geral e, melhor ainda, fazendo um bom trabalho. Quais outros presidentes-gerais são inspiração para o senhor?

Confrade Renato – Antes de tudo, obrigado pelas palavras. É sempre bom ouvir um elogio, ainda mais vindo do Brasil. Tudo o que fazemos na presidência-geral é pelo bem do Conselho Geral. Mas, na verdade, divido esse elogio com toda a diretoria internacional, os empregados da sede e os países-membros da Confederação, pois, na verdade, o Conselho Geral é “o Conselhos dos Conselhos” e sua razão de existir é manter a entidade unida, com base na mesma Regra, fundamentos e princípios. Minha inspiração é o 12º presidente-geral, Amin Abouhamad de Tarrazi, franco-libanês que é o meu farol. Se eu puder ser 10% do que ele foi, estarei na glória.

Qual é a sua principal meta a ser alcançada?

Confrade Cristian – Não diria a principal, pois temos muitas metas que estão expostas no nosso plano de trabalho que podem ser consultadas em https://ssvpbrasil.org.br/wp-content/uploads/2019/01/plano-estrat%C3%A9gico.pdf . O meu grande desejo é uma SSVP aberta ao novo, moderna no que é preciso e o mais importante: que tenha o foco sempre na promoção dos Pobres.

Rosalie Rendu, em muitos países do mundo, é reverenciada como co-fundadora da SSVP. Ela também receberá um estudo temático pela sua importância em formar e ensinar os fundadores a visitar e assistir aos Pobres?

Confrade Renato – Boa pergunta. Nosso mandato termina em 2022, e até lá, todos os fundadores serão estudados, anualmente. Porém, qualquer que seja o próximo presidente-geral, iremos sugerir que os anos temáticos continuem, pois temos ainda várias personalidades vicentinas que merecem ser estudadas, como Rosalie Rendu, Amélia Ozanam, Jean-León Le Prevost, Adolphe Baudon, Jules Gossin e todos os demais presidentes-gerais.

Qual o marco mais importante para o CNB na sua gestão?

Confrade Cristian – Eu acredito que a inovação e a organização. Uma gestão moderna, de escuta atenta e ação para refletir nas bases e na vida dos Pobres.

É correto tirar fotos dos assistidos durante a entrega de cestas?

Confrade Renato – Certas fotos, para certas finalidades, e com a autorização expressa das pessoas fotografadas, podem ser sim usadas com moderação e critério. Nos demais casos, é preciso ter-se muita cautela, pois não podemos expor a figura dos nossos assistidos ou beneficiados pelas Obras, como creches e lares de idosos. O Conselho Geral editou uma cartilha sobre isso, para alertar aos confrades e consócias sobre certos posicionamentos nas redes sociais e nos demais meios de comunicação.

Quais são seus versículos prediletos da Bíblia?

Confrade Renato – Além do “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Marcos 9, 32), gosto muito dos seguintes versos bíblicos: a) “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, devemos socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos 20, 35); b) “A quem muito tem, muito será cobrado” (São Lucas 12, 48); c) “Dai, e ser-vos-á dado” (São Lucas 6, 38); d) “Pedi e recebereis” (São Mateus 7, 7-12). Todos, lidos conjuntamente, mostram as promessas de Jesus a todos os que cumprem a palavra do Mestre em prol do próximo.

Como o senhor vê a juventude vicentina do Brasil?

Confrade Renato – Estou muito contente com os jovens confrades e as jovens consócias do Brasil. Vocês são um exemplo para os outros países. Eu ingressei na SSVP em 1986, com 15 anos de idade, ou seja, quando ainda era um adolescente. Cresci na SSVP. Todos podem esperar muito de mim, como presidente-geral, no que diz respeito à juventude. No âmbito do Conselho Geral, estamos colhendo os frutos após esses quatro anos em que apoiamos muito a juventude. Contem comigo, sempre.

Como o senhor consegue encontrar tempo para as suas atividades como um pai dedicado, marido exemplar, ao trabalho e como bom filho, conciliados às atividades na Conferência e ao CGI?

Confrade Renato – Esta pergunta é muito difícil de ser respondida, pois somente Deus mesmo pode explicar essa situação; é Ele quem governa, não eu. Eu sempre achei que seria muito complexo ser eleito presidente-geral, diante do meu estilo de vida, família com dois filhos, trabalho profissional, viagens pelo emprego, estudos e outras atribuições em sindicatos aqui em Brasília. Mas foi Deus quem nos escolheu. A partir de então, entreguei nas mãos do Senhor para que Ele me desse as forças necessárias para saber conduzir esse ministério. É um grande privilégio, uma grande honra e uma imensa responsabilidade poder servir como o presidente-geral de todos os confrades e as consócias do mundo, além de ser um grande reconhecimento à SSVP brasileira, onde nossa entidade possui o maior contingente de membros e número de Conferências e obras sociais. Sou oriundo de um país em desenvolvimento, com muitos desafios sociais, morais e econômicos, e carrego comigo esse olhar, essa cultura e essa maneira de ver o mundo. Nem sempre vou agradar às pessoas, mas saibam que sempre dou o meu melhor para a Sociedade de São Vicente de Paulo.

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

Dia Internacional da Juventude Vicentina

A Juventude Vicentina é protagonista, ela promove mudanças, ela mudou o mundo de várias formas, e nada mais justo que termos um dia especial para celebrarmos tamanha importância, em uma data em que se comemora o dia de um Jovem Confrade que viveu vigorosamente sua fé, Beato Pedro Jorge Frassati. A Juventude Vicentina tem um papel fundamental para a Sociedade de São Vicente de Paulo. A mais de 180 anos atrás, um grupo de jovens católicos fervorosos, com um imenso amor pela igreja e pelos mais pobres decidem fundar uma organização que visa reunir o mundo em uma grande rede de caridade. Beato Antônio Frederico Ozanam e seus amigos  Auguste Le Taillandier, Jules Delvaux, Paul Lamache, François Lallier e Félix Clavé abriam caminhos para uma mudança de estrutura, a inquietude de uma juventude mudou milhões de histórias, deixando um legado de santidade.

Anos depois era a vez de outro jovem mostrar sua santidade, o confrade Pedro Jorge Frassati viveu pouco, mas viveu intensamente o evangelho, amava e dedicava seu amor à família, realizava adorações ao santíssimo e comungava diariamente, visitava os pobres realizando seu trabalho com excelência. Frassati possuía um amor enorme pelos mais pobres, poderia se dizer que ele viveu profundamente seu carisma, a ponto de contrair uma doença grave, poliomelite, adquirida  em uma de suas visitas, morrendo aos 24 anos, seu velório se enche das pessoas que ele ajudava.

A Juventude Vicentina tem uma grande contribuição para com a Sociedade de São Vicente de Paulo, para com a Família Vicentina e até mesmo para a Igreja Católica, estes jovens mudaram perspectivas, e são modelos de juventude a serem seguidos, não apenas pelos jovens mas por todos os cristãos.A Sociedade de São Vicente de Paulo a exemplo de uma Juventude Santa gerou outros Santos e Beatos como Beato Contardo Ferrini, Beato Zeferino Malla e Santa Gianna Beretta, mostrando na prática que a Juventude é capaz de grandes coisas, até criar uma grande organização que traria santificação as pessoas ao ver Jesus na pessoa necessitada.

E nos dias de hoje temos vários jovens vivendo intensamente sua fé, onde neste momento de pandemia está sendo colocado à prova sua juventude. Os tempos são incertos, e tudo muda o tempo todo, o risco é invisível e os jovens fazem com maestria seu trabalho, a Juventude se mostra viva e seguem os passos dos jovens beatos e seus amigos da SSVP.

O pobre precisou do protagonismo, coragem, criatividade e amor do jovem e assim foi ouvido, temos jovens arriscando para atender moradores de ruas, fazer sindicâncias de urgência, fazer o trabalho dos confrades do grupo de risco, atender famílias da própria conferência e das demais que são formadas apenas pelo grupo de risco, realizando campanhas de arrecadação. Estão sendo inventivos nas redes sociais com formações, momentos de espiritualidade e outros eventos.

O mundo passa por um momento difícil, e a juventude vicentina respondeu ao chamado de Deus que está em I São João, 2:14 “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a Palavra de deus permanece em vós, e vencestes o Maligno”.

Jovem você não é o futuro, você é o presente de de Deus, parabéns pelo seu dia, por viver sua fé tão intensamente e por ser o Frassati e o Ozanam dos dias de Hoje.Esta pandemia vai passar e vamos nos abraçar e nos amar como família que somos novamente.

“Verso l’alto” (Frassati).
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo

Amanda Dias – Coordenadora da Comissão de Jovens do CMBH

O patrono da juventude vicentina e a busca dele pela santidade

Neste Dia Internacional do Jovem Vicentino, vamos contar um pouco da história de vida e busca pela santidade de nosso patrono, beato confrade Pier Giorgio Frassati.

Frassati nasceu em 06 de abril de 1901, na cidade de Turin, no seio de uma família com muitos bens materiais e com personalidades fortes. Filho de Alfredo Frassati, figura política e dono de um jornal muito influente até hoje, e de Adelaide Ametis, artista plástica muito conhecida em várias exposições.

            Foi no seu lar onde mais colocou em prática a virtude da Mansidão, honrando seus pais e ao mesmo tempo defendendo os princípios cristãos, chegando a posicionar-se politicamente em um partido contrário ao pai, na defesa da fé católica.

Nos momentos em família, rigorosamente cronometrados, o silêncio imperava no ambiente ríspido. Percebia que ele e sua irmã, Luciana Frassati, sustentavam aquele casamento fragilizado. Ao ponto de renunciar sua grande paixão, Laura, pois sua saída de casa poderia resultar na separação dos pais.

Insistentemente, até a sua morte, dedicou muitas orações à conversão dos pais, o que só começou a revelar sinais mais tarde, nas missas dominicais do pai. Um jovem muito modesto, buscava em Deus o sustento diariamente:

“Você me pergunta se eu sou feliz. Como não poderia ser, enquanto minha fé me der força…pois o sofrimento é algo bem diferente da tristeza, que é a pior doença de todas. É quase sempre causada pela falta de fé”. (Carta à irmã Luciana)

Mesmo com toda adversidade, Frassati foi instruído na fé católica, inicialmente por meio da sua avó, uma das suas poucas companhias. Aos 10 anos, recebeu a primeira eucaristia, seus pais, apesar de apoiarem, perceberam grandes mudanças no comportamento do filho, principalmente por seus longos momento de oração e por seu Zelo Apostólico.

Chegaram a ir tratar com o Padre que claramente mostrou-lhes que era a vontade de Deus, apesar disso, sua mãe chegou a proibi-lo de certos momentos como as adorações noturnas, que Frassati tanto gostava. Passados certo tempo, o beato sentia grande vontade de comungar todos os dias, foi motivo de grande comemoração quando a sua mãe consentiu esse desejo, para isso, jejuava por 12h.

“Jesus visita-me todas as manhãs na comunhão e eu retribuo do mísero modo que posso, visitando os pobres”

Mais tarde ingressou em uma Conferência Vicentina, onde intensificava a prática da Humildade. Era um verdadeiro exemplo de confrade na visita aos Pobres, com sua alegria em reconhecer Cristo em tudo, contagiava as famílias, sabia escutar, dar atenção e, acima de tudo, levava o amor de Deus aos lares.

Frassati era capaz de levar famílias inteiras para a fila da Eucaristia, com sua personalidade firme, tinha rotina intensa, missa diária, leitura bíblica, estudos, adoração, Santo Rosário, almoço em família e visita aos necessitados. Quando ficava difícil, se necessitasse deixar de fazer algo, a visita seria o último caso.

Decidiu cursar Engenharia Mineral para “servir melhor a Cristo entre os mineiros”, era muito alegre no servir, trabalhava para mudar as estruturas, como proporcionar meio para as famílias se estruturassem.

Mesmo enquanto muitos dos seus amigos tiravam férias para viajar às praias, ele intensificava seu serviço aos mais necessitados em virtude dos que ficavam sem apoio. Fazendo tudo com muita alegria.

Depois de agonizar o sofrimento com a poliomielite, que provavelmente contraiu em uma visita, morreu no sábado, 4 de julho de 1925, dia especial da devoção à Virgem Maria, para quem costumava juntar flores e ofertar no Santuário de Nossa Senhora D’Oropa.

Percorria esse trajeto a pé ou de bicicleta, sua família apesar de ter muitos bens, era rígida e dava-lhe determinada quantia. Frassati, vendo necessidades maiores, vivia a Mortificação. Economizava o dinheiro do seu transporte para dar aos mais necessitados, além de se dedicar muito aos esportes e cuidar da saúde, dizia que ela devia ser colocada a serviço dos que não a têm.

Entregou sua vida aos mais necessitados, ainda nos últimos momentos de vida, com a mão atrofiada, escreveu pedindo para ajudar o Pobre que ele não podia visitar naquele dia. Sua família que o desprezava por não ter feitos reconhecíveis, não imaginava que Frassati passava tanto tempo servindo aos necessitados.

No momento do seu velório, que seria privado, surge uma grande multidão que era visitada por Frassati, grande espanto para a família, só não foi maior que a surpresa da multidão ficou ao descobrir que Frassati pertencia a uma família de alta classe, pois o beato vivia muito bem a virtude da Simplicidade.

Um dos milagres em investigação é a cura da jovem Jaciele Maria dos Santos, ocorrida em Barueri, no Cenáculo de Ouro da Renovação Carismática Católica, em setembro de 2019. Ela carregou a relíquia do Beato durante o momento de intensa oração.

Jaciele descobriu em 2018 que tinha um aneurisma cerebral. Sentindo muitas dores de cabeça durante o evento, ainda não sabia do resultado dos exames de alguns dias anteriores. No dia seguinte, descobriu que os exames tinham apontado uma grande hemorragia que necessitaria de cirurgia urgentemente. Foram refeitos os exames pré-cirúrgicos em que se descobriu que o cérebro da jovem estava totalmente restaurado, o que foi confirmado com vários novos exames.

Ainda que não houvesse a organização em Comissão de Jovens na época, não tenho dúvidas de que o confrade cumpriu o objetivo dele: buscar a santificação pessoal no serviço aos mais necessitados. Dizia que a vida deveria ser uma preparação contínua para a eternidade, pois não sabia o dia de sua morte. Assim, o Papa João Paulo II, ao beatificá-lo, apresenta-nos como um exemplo de santidade para a juventude ao buscar o extraordinário do ordinário.

Oração: Ó confrade Bem-Aventurado Pier Giorgio Frassati, que como Adorador Noturno fizeste de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia a meta do teu apaixonado amor e como confrade vicentino serviste ao Cristo presente nos pobres, fazei que sigamos o teu esplêndido exemplo cumprindo nossa missão como tu a cumpristes com amor, com alegria e dedicação. Por Cristo, Nosso Senhor.

Antônio Sebastian – Coordenador Nacional da Juventude para a Região IV

Mensagem Especial do Presidente-geral a todos os Confrades e Consócias Jovens da SSVP pelo mundo

O Dia Internacional da Juventude destaca a importância dos jovens para a Sociedade. De um estudante universitário de 20 anos na França até o presente, os jovens sempre forneceram o espírito animador e ativo através dos tempos para o alcance de uma Sociedade organizada, plural e audaciosa, construtora de redes e de pontes.

O Presidente-Geral, confrade Renato Lima escreveu uma carta especial para os jovens vicentinos, neste dia que se comemora o seu dia, uma data que precisa ser lembrada e celebrada pela sua importância.

Este dia nos dá essa chance de refletir nossa missão como jovens vicentinos, pois somos chamados a mudar o curso da história sempre que necessário. Nenhum trabalho de caridade é estranho para a Sociedade e somos lembrados de que muitos de nós estamos fazendo essas boas obras em nossas próprias comunidades e em tantas realidades pelo mundo, mas sempre com um só coração e um único objetivo, que é servir aos nossos Mestres e Senhores, os Pobres, e a eles estender a mão para levantá-los e com eles caminhar.

Feliz Dia Internacional da Juventude!