Campanha Janeiro Branco reforça importância de falar sobre saúde mental com assistidos

Todo cuidado conta: iniciativa visa superar estigmas que envolvem transtornos psicológicos. Pandemia e isolamento social aumentaram casos de depressão e ansiedade em todo o Brasil

A pandemia de Covid-19 teve forte impacto na saúde mental dos brasileiros, com aumento significativo do aumento de sintomas depressivos e ansiedade, fruo do isolamento social, preocupação com a saúde e com as finanças. Diante desse cenário, a SSVP reforça junto a toda a comunidade vicentina a importância do cuidado aos assistidos no que diz respeito ao amparo psicológico. E todo cuidado conta!

Há, ainda hoje, um estigma relacionado aos transtornos psicológicos, o que torna mais difícil para muitos abordar a questão sobre saúde emocional. Mas especialistas na área de saúde, como psiquiatras e psicólogos alertam que os sinais não devem ser desprezados, nem encarados como tabu.

Em 2020, não houve quem não tenha sofrido com tudo o que aconteceu no mundo. Isso, com certeza, atraiu a nossa atenção para o que deve ser melhor conduzido em nossas vidas particulares e coletivas, inclusive em relação à saúde mental. E podemos iniciar desse ponto a conversa com os assistidos: os impactos da pandemia em seus sentimentos e como lidar a partir de agora.

“Toda vez que a dor chega à humanidade, a humanidade se coloca a pensar sobre si mesma, sobre suas condições de existência, suas escolhas, seus acertos e seus erros em relação aos mais variados assuntos. Isso, obviamente, contribui para o lançamento de luzes sobre questões normalmente desprezadas ou encobertas por tabus”, observa o psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da campanha Janeiro Branco.

Outra abordagem sugerida para conversa com os assistidos é mostrar que muito do impacto da pandemia na saúde mental é absolutamente compreensível, normal e esperado. É normal sentir medo, ansiedade, alteração no apetite, tendência ao autoisolamento, humor deprimido, insônia eventual perante situações de estresse, angústia ou incertezas.

Os profissionais da saúde indicam também que a manutenção da alimentação nos mesmos horários de antes, sono regular, atividade físicas e hábitos culturais reforçam positivamente o momento, assim como a manutenção de vínculos sociais, mesmo que à distância e via internet, além das práticas religiosas e espirituais que promovam conforto.

JANEIRO BRANCO
Para saber mais sobre a campanha nacional Janeiro Branco, acompanhe os eventos no Instagram (@janeirobranco), no Facebook, no YouTube e no site da campanha.

DEPRESSÃO E ANSIEDADE

A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. No Brasil são 11,5 milhões de depressivos –5,8% da população. Esses são os dados mais recentes divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2017.

Quanto aos transtornos de ansiedade, como síndrome do pânico, fobias e estresse pós-traumático, 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o problema.

Para a OMS, no entanto, a saúde mental não é definida apenas pela ausência dessas doenças. É um estado de equilíbrio psíquico, físico e que envolve questões sociais.

É dessa forma também que pensa o psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da campanha Janeiro Branco, que tem como objetivo chamar a atenção da população para o tema.

A campanha foi criada em 2014 e promove ações como palestras, rodas de conversa e distribuição de folhetos informativos em todo o país.

“O objeto da campanha é a saúde mental. Com uma visão ampla que não é focada só na doença. Porque esse é um grande paradigma que a gente tem que romper. As pessoas pensam que saúde mental é doença. E saúde mental não é somente isso. As doenças, os transtornos mentais, são subconjuntos desse conjunto maior que é a saúde mental. Saúde mental vai muito além dos transtornos. Essa é a visão moderna do conceito de saúde mental”, explica Leonardo.

“Nós precisamos começar a falar sobre saúde mental com uma perspectiva que extrapole o paradigma da doença. Que passe por isso também, que ajude as pessoas a entenderem os transtornos, mas que também as ajude a olharem para dentro de si, a ter autoconhecimento, autonomia e autocontrole”, afirma.

Fonte: ssvpbrasil

28 de janeiro: data natalícia do cofundador Le Taillandier

Conselho Geral Internacional

Pierre-Auguste Le Taillandier

Há 210 anos (28 de janeiro de 1811), nascia, na cidade de Rouen (França), Pierre-Auguste Le Taillandier, um dos sete amigos que fundaram, em 23 de abril de 1833, em Paris, a SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO. 

Ele teve apenas um irmão mais novo, Charles. Seu pai pertencia a uma família de comerciantes. Sua mãe era de uma família nobre. Le Taillandier mudou-se com a família para Paris onde ele pôde concluir os estudos jurídicos. 

Juntou-se a Antônio-Frederico Ozanam nas “Conferências de História”, defendendo a realização de algum trabalho beneficente mais efetivo no lugar das intermináveis discussões teóricas sobre história, literatura e filosofia. 

Ozanam o descrevia como “um jovem muito amável, bem informado e cheio de bom senso”. “A única falha encontrada é que ele não é de Lyon”, brincou carinhosamente Ozanam.

Em 1833, foi muito ativo na fundação da Sociedade de São Vicente de Paulo. Ele também ministrava instruções religiosas aos aprendizes nas visitas domiciliares e junto a prisioneiros. Em 1834, Le Taillandier não era muito favorável ao desmembramento da primeira Conferência em várias outras, pois pensava que isso poderia ser o fim da Sociedade nascente, mas foi convencido pelos demais fundadores.

Em 1837, Le Taillandier foi para Le Mans e depois à sua cidade natal, Rouen. Auguste foi o primeiro dos jovens fundadores a receber o sacramento do matrimônio. Ele se casou com Marie Baudry, em 7 de agosto de 1838. O casal teve quatro filhos, sendo três meninas e um menino. 

Em Rouen, ele foi diretor de uma ​​companhia de seguros e de um hospital. Lá, ele fundou em 1841 a Conferência São Godard, vindo a ser presidente dela. Ele era muito popular entre seus companheiros da Conferência e concidadãos, vindo a receber muitos títulos de honraria.

Dedicou seus últimos dias a sua família, à educação de seus filhos, a seus amigos, à Conferência e a seu jardim. Pierre-Auguste Le Taillandier morreu em sua cidade natal em 23 de março de 1886, aos 75 anos de idade.

O Conselho Geral Internacional, por meio do projeto dos ANOS TEMÁTICOS INTERNACIONAIS, vem valorizando a biografia e o legado de todos os fundadores que inspirados pelo Divino Espírito Santo ao criarem a SSVP. Em 2022, se Deus quiser, será o ANO DE LE TAILLANDIER.

Fonte: ssvpglobal

PEÇAMOS BONS TRABALHADORES

Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então Jesus disse a seus discípulos: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita».
(Mt 9,36-38)

Confrades e consócias,
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Não foi apenas no tempo de Jesus, ainda hoje as ovelhas continuam buscando pastores. A nós, Povo de Deus, cabe o cuidado dos irmãos. Sonhamos ser como os cristãos da origem que tinham tudo em comum, dividiam seus bens com generosidade e alegria. Eram unidos na oração e na partilha do pão.

O desejo de sermos como os primeiros cristãos exige mudança de postura e mentalidades. A oração também deve ser constante, afinal não podemos apenas pedir trabalhadores braçais para a Sociedade de São Vicente de Paulo a fim de realizarem o serviço dedicado aos pobres. Precisamos pedir bons trabalhadores que de fato sejam leigos engajados e tenham no coração o ardor missionário que inflamou o coração de São Vicente de Paulo, do Beato Antônio Frederico Ozanam e de tantos outros santos e fiéis que são exemplo.

Precisamos pedir trabalhadores vicentinos que gostem e vivam de fato a partilha e que não pensem que administrar um Conselho, Conferência ou Obra Unida é honraria confiando apenas em suas forças, mas uma missão dada pelo Pai para gerar vida, transformando realidades de pobreza em abundância.

Precisamos além de pedir, orar, agir e mudar a nossa postura procurando a cada dia fazer o bem, ainda que façamos o mal que não queremos, como nos indica São Paulo na carta aos Romanos 7, 19: “Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero”.

Entretanto, não nos acomodamos nas fraquezas para justificar nossos erros. Esperamos tanto a autenticidade das outras pessoas, confrades e consócias, mas por vezes não somos suficientemente Filhos de Deus, não agimos como o nosso patrono São Vicente de Paulo.

Inspiramo-nos, pois, nas cinco virtudes vicentinas para orar pedindo ao Pai que envie trabalhadores para a messe, mas não nos esqueçamos de incluir-nos também nesta prece: “Envie os outros, mas também eu! ”.

Fraterno abraço! Sejamos Bons e fiéis administradores!

Confrade Wellington Corrêa
Presidente do Conselho Metropolitano de BH/SSVP


Francisco: a Bíblia não foi escrita para uma humanidade genérica, mas para nós

Papa Francisco: é preciso a memória do coração para rezar com as Sagradas Escrituras

“Devemos nos aproximar da Bíblia sem segundas intenções, sem a instrumentalizar. O fiel não procura nas Sagradas Escrituras o apoio para a própria visão filosófica e moral, mas porque espera um encontro”, disse o Papa na Audiência Geral.

Vatican News

“A oração com as Sagradas Escrituras” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (27/01), realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.

“As palavras das Sagradas Escrituras não foram escritas para permanecer presas nos papiros, nos pergaminhos ou no papel, mas para serem recebidas por uma pessoa que reza, fazendo-as brotar no próprio coração. A palavra de Deus chega ao coração”, frisou o Papa.

A Bíblia não pode ser lida como um romance

A Bíblia não pode ser lida como um romance”, disse ainda o Pontífice, citando o Catecismo da Igreja Católica que afirma: «A leitura das Sagradas Escrituras deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem». “A oração é um diálogo com Deus. Aquele versículo da Bíblia foi escrito também para mim, há muitos séculos, para me trazer uma palavra de Deus. Foi escrita para cada um de nós”, disse ainda Francisco, acrescentando:

Esta experiência acontece a todos os fiéis: uma passagem da Escritura, ouvida muitas vezes, de repente um dia fala-me e ilumina uma situação que estou vivendo. Mas é necessário que eu esteja presente nesse dia, no encontro com essa Palavra. Que eu esteja ali, ouvindo a palavra. Todos os dias Deus passa e lança uma semente no terreno da nossa vida. Não sabemos se hoje encontrará terra árida, silvas, ou terra fértil que faça crescer essa semente. Depende de nós, da nossa oração, do coração aberto com que nos aproximamos das Escrituras para que elas possam tornar-se para nós a Palavra viva de Deus. Deus passa continuamente.

Aproximar da Bíblia sem segundas intenções

Segundo o Papa, “devemos nos aproximar da Bíblia sem segundas intenções, sem a instrumentalizar. O fiel não procura nas Sagradas Escrituras o apoio para a própria visão filosófica e moral, mas porque espera um encontro; sabe que aquelas palavras foram escritas no Espírito Santo, e que por isso nesse mesmo Espírito devem ser acolhidas e compreendidas, para que o encontro se realize”.

Fico incomodado quando ouço cristãos que recitam os versículos da Bíblia como papagaios. Você encontrou o Senhor naqueles versículos? Não é um problema apenas de memória, mas de memória do coração, aquela o abre ao encontro com o Senhor. Aquela palavra, aquele versículo o leva ao encontro com o Senhor.

“A Bíblia não foi escrita para uma humanidade genérica, mas para nós, para mim, para você, para homens e mulheres em carne e osso. Homens e mulheres que tem nome e sobrenome. Como eu e você.”

“A Palavra de Deus, impregnada do Espírito Santo, quando é recebida com o coração aberto, não deixa as situações como antes. Muda alguma coisa. Esta é a graça, a força da Palavra de Deus”, disse ainda o Papa.

A Palavra inspira bons propósitos

A seguir, Francisco ressaltou que “a tradição cristã é rica em experiências e reflexões sobre a oração com a Sagrada Escritura”, e citou o método da “lectio divina”, nascido num ambiente monástico mas agora praticado por cristãos que frequentam as paróquias. “Trata-se primeiramente de ler a passagem bíblica com atenção, eu diria com “obediência” ao texto, a fim de compreender o que ele significa em si mesmo. Posteriormente entra-se em diálogo com a Escritura, para que aquelas palavras se tornem um motivo de meditação e oração: permanecendo sempre fiel ao texto, começo a perguntar-me o que ele “diz a mim”. Este é um passo delicado: não devemos resvalar para interpretações subjetivas, mas devemos fazer parte do caminho vivo da Tradição, que une cada um de nós à Sagrada Escritura. O último passo da lectio divina é a contemplação. Aqui as palavras e os pensamentos dão lugar ao amor, como entre os noivos que por vezes se olham em silêncio. O texto bíblico permanece, mas como um espelho, como um ícone a ser contemplado. E assim se há diálogo.”

Através da oração, a Palavra de Deus vem habitar em nós e nós habitamos nela. A Palavra inspira bons propósitos e apoia a ação; dá-nos força e serenidade, e até quando nos põe em crise, nos dá paz. Em dias “maus” e confusos, assegura ao coração um núcleo de confiança e amor que o protege dos ataques do maligno.

As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável

“É assim que a Palavra de Deus se torna carne naqueles que a acolhem em oração”, sublinhou o Pontífice. “Em alguns textos antigos emerge a intuição de que os cristãos se identificam tão intimamente com a Palavra que, mesmo se todas as Bíblias do mundo fossem queimadas, um “molde” dela ainda poderia ser salvo através da marca que deixou na vida dos santos. Esta é uma expressão bonita”, ressaltou.

“A vida cristã é uma obra de obediência e ao mesmo tempo de criatividade. Um bom cristão deve ser obediente, mas deve ser também criativo. Obediente porque escuta a palavra de Deus e criativo porque há o Espírito Santo dentro que o impele a levá-la  adiante. As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável”, concluiu o Papa, concedendo a todos a sua bênção apostólica.

A vida de todo idoso importa

Crédito da Imagem: Emerson Dias / Londrina

Cristian Reis da Luz *

Envelhecer para os nossos antepassados era o privilégio de poucos, hoje uma oportunidade para a maioria. A expectativa de vida de um brasileiro nascido há cem anos era de 35 anos. Em 2021, chegará a 77 anos.  “Mas devem ser 42 anos mais de vida, não de velhice”, bem nos lembrou o médico gerontologista Alexandre Kalache, Presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil.

Segundo o médico, trata-se de uma verdadeira “revolução da longevidade”, a maior conquista da sociedade em nível global nos últimos cem anos. No entanto, ele mesmo nos chama atenção: o que deveria ser celebrado é motivo de lamento para muitos. Porque não basta apenas envelhecer. É preciso fazê-lo com qualidade e dignidade – algo que, infelizmente, ainda não está acessível a todos em nosso país.

Desde o ano passado, a pandemia tornou ainda mais evidente a vulnerabilidade dos idosos, especialmente aqueles que estão em instituições de longa permanência. Com visitas restritas por motivos de segurança, os idosos que já perderam contato com as famílias e têm na interação com voluntários e visitantes sua principal forma de interação social, viram-se ainda mais distantes da comunidade.

Passamos por um momento difícil, que nos lembra a importância da união dos esforços entre políticas públicas voltadas aos idosos (no oferecimento de infraestrutura e profissionalização dos cuidados) e esforços individuais, pautados pelo exercício da alteridade.

Faz-se necessário, mais do que nunca, lembrarmos que toda vida idosa importa. Compreendermos o envelhecimento em suas diferentes nuances e necessidades, com olhar apurado, determinado a perceber como é ser idoso no Brasil. Somente a partir desse entendimento, das possibilidades e impossibilidades dos idosos, é que se torna factível a prática do cuidado.

Nós, da Sociedade de São Vicente de Paulo, os vicentinos, somos responsáveis pela direção de mais de 500 lares de longa permanência, localizados em todo o Brasil.  O desafio é diário, e, em 2020 os desafios e aprendizados foram incontáveis. Nossa expectativa é que o ano que se inicia seja mais ameno, repleto de olhar e carinho humano, com esperanças e esforços renovados, para que todos os idosos recebam o cuidado que merecem.

Aproveitamos para convidar a todos para que se inspirem em colocar tempo, habilidades e recursos em atividades de ajuda ao próximo. Que o ano se inicie trazendo o legado da alteridade.

* Cristian Reis da Luz é presidente do Conselho Nacional Brasileiro da Sociedade de São Vicente de Paulo